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Bolha Financeira: Entenda seus impactos na bolsa

06 dez 2021, 7:00 - atualizado em 25 jan 2022, 16:57

Você já ouviu falar em bolha financeira? Esse é o nome que se dá ao evento em que os investidores passam a negociar ativos muito acima do seu real valor — que inevitavelmente levará a uma queda abrupta dos papéis, deixando um lastro de prejuízo.

Confira neste guia do Money Times mais sobre as bolhas financeiras e seus impactos na economia:

O que é uma bolha financeira? Como é formada?

Uma bolha financeira especulativa acontece quando há um crescimento rápido no valor de mercado de um ativo ou de um grupo de papéis.

O evento acontece por um comportamento de manada: investidores atraem novos investidores. Com o aumento de demanda, o preço também se eleva. Mas nesse caso o movimento é baseado unicamente em uma especulação.

Quais os estágios de uma bolha na economia?

O surgimento de uma bolha na economia pode ser dividida em cinco estágios.

  1. Deslocamento: quando os investidores começam a se interessar por uma nova dinâmica no mercado, com um produto ou tecnologia que podem representar uma oportunidade de retornos fáceis e atrativos;
  2. Boom: quando os preços começam a subir, ganhando mais impulso com a entrada de novos investidores. O interesse dos usuários e a repercussão nas redes sociais e na imprensa, alimentam a dinâmica;
  3. Euforia: o boom é seguido pela euforia, quando o mercado expressa um otimismo generalizado com o desempenho do ativo, há mais entrada de investidores e os preços disparam. Não há grandes questionamentos sobre os fundamentos do ativo;
  4. Realização: é o momento em que os investidores que vendem no auge, embolsando os retornos registrados com o boom. Mas são poucos os que conseguem identificar o momento adequado para vender, que seria o da máxima do ativo;
  5. Pânico: no instante em que o preço chega a máxima, acontece um movimento oposto ao do boom. Os investidores começam a deixar o ativo de maneira seguida, fazendo com que os preços despenquem. Quando mais o investidor demora para vender, maior pode ser o prejuízo.

Por que a bolha financeira acontece?

A bolha financeira acontece por conta do interesse de muita gente sobre um ativos, sem que haja fundamentos sólidos para a compra.

Mas o grande interesse é guiado em parte por comportamentos naturais do ser humano. A vontade de obter ganhos fáceis e se junta ao comportamento de manada ou receio de ficar de fora de algo do qual “todo mundo” faz parte.

Com muita gente comprando o ativo, os preços sobem porque a oferta segue a mesma. Quando os valores escalam, os investidores podem olhar para o desempenho do ativo e julgar que é uma boa opção para aplicar seus recursos, esperando que o que aconteceu no passado se repita.

A nova onda de compra causa uma alta ainda mais intensa do ativo. Mas, em um determinado momento, aqueles que entraram quando o valor estava baixo, começam a embolsar os lucros. O mercado começa a questionar o real valor do ativo e há um movimento de venda.

A primeira onda de venda é seguida por mais pessoas se desfazendo do investimento por receio de perder muito dinheiro. As pessoas passam a vender quantidade cada vez maiores a preços menores, por causa da baixa demanda. É quando acontece o estouro da bolha especulativa.

Quais foram as maiores bolhas especulativas da história?

Bolha das Tulipas

Considerado o primeiro movimento especulativo da história, a bolha das tulipas ocorreu em meados do século XVII nos Países Baixos, quando surgiram contratos futuros para negociar as plantas.

Em um primeiro momento, a venda de tulipas se popularizou na região por conta da sua beleza. A demanda e a oferta aumentaram, mas os preços seguiram sendo elevados cada vez mais rapidamente com o passar dos anos.

Depois do surgimento dos contratos futuros, diversos fatores levaram a uma perda de confiança dos títulos, levando aos investidores a resgatarem os investimentos. Com isso, vários negociantes foram à falência.

Crise de 1929

A crise de 1929 foi o mais significativo colapso econômico do sistema capitalista. O evento foi uma crise de produção que começou quando a economia europeia se restabeleceu do pós-Primeira Guerra e começou a importar menos dos Estados Unidos.

Com mercadorias em excesso, os preços caíram na economia norte-americana, a produção diminuiu e o desemprego aumento. A baixa dos lucros e paralisação das atividades resultou uma baixa profunda das ações do país, levando a uma quebra da bolsa.

Bancos e investidores perderam grandes somas em dinheiro, com o agravante de que instituições financeiras haviam emprestado muitos recursos a fazendeiros antes da crise.

Mas os fazendeiros já não podiam pagar por seus empréstimos, o que levou a uma queda de confiança de quem detinha recursos em bancos. As pessoas sacaram grandes quantias e levaram muitas instituições à insolvência.

A economia dos EUA passou a se recuperar a partir do New Deal, um conjunto de leis que estabeleciam ajuda social às famílias, gerava empregos através de parcerias entre o governo, empresas e consumidores, e reformava o sistema econômico.

Bolha da Internet

A bolha da internet, ou bolha ponto com, aconteceu no final dos anos 1990, quando em meio a uma euforia com a web, os investidores apostaram em companhias que de tecnologia que foram à bolsa.

Muitas delas passaram a ser avaliadas em bilhões de dólar, sem nunca dar lucro. Quando os investidores racionalizaram sobre as métricas, começou o movimento forte de venda dos ativos. Com o estouro da bolha, novamente houve grandes prejuízos e companhias faliram.

Crise do subprime

A crise do subprime, ou de 2008, começou quando os bancos passaram a oferecer hipotecas a um grande grupos de pessoas que não tinham capacidade de honrar os compromissos.

As instituições financeiras ainda ofereciam ao mercado financeiro produtos que reuniam vários desses financiamentos.

Em algum momento, os bancos começaram a executar garantias das dívidas e descobriram que as casas valiam menos do que era estimado. Milhares de pessoas perderam suas casas e as ações de grandes empresas desabaram.

O caso mais emblemático foi da falência do banco Lehman Brothers.