Pecuária de corte

Carne em alta ano que vem: rebanhos diminuem com abate precoce

24 dez 2019, 16:30 - atualizado em 24 dez 2019, 21:16
Animais jovens em 2020 vão ser coisa rara no perfil atual da pecuária, com o plantel sem crescer em 2019

O ano que vem ainda deverá ser marcado por uma oferta ajustada de animais desmamados que vão morrer nos dois anos seguintes. A safra de bezerros, resguardando os períodos de cada região de acordo com clima e método de cobertura das vacas (inseminação ou monta), não foi programada para o salto que a demanda por carne teve neste segundo semestre com a China vindo forte.

A cria manterá, no mínimo, a valorização que conseguiu em 2019, tanto quanto pesará na reposição dos recriadores e invernistas que vão precisar de mais bois para virarem carne em 2021 e 2022, a seguir a tendência elástica de demanda, via exportações, e de consumo interno, via melhora da economia.

Vai ser uma oferta mais ajustada ainda em 2020 porque deverá ter um abate de fêmeas menor. Fêmeas boas retidas geram bezerros nos próximos ciclos.

Quem tem hoje alguma cria para vender em Alta Floresta (MT), coisa rara para esta época, alcança no mínimo R$ 8,50 por kg vivo, o que daria em torno de R$ 1,7 mil para um animal entre 200 e 220 kg, conta o diretor da Marca 40, Carlos Eduardo Dias.

Há um mês e pouco atrás estava R$ 1,50 menor. E no fim da desmana, período que lá vai de março a agosto, ainda se comprava bezerro a R$ 5,50/kg.

Nesta região do Norte do Mato Grosso, que hoje assegura o predomínio de empresas voltadas para a venda de bezerros – apesar da recriação e terminação começarem a mudar a paisagem com a chegada da lavoura e novas plantas frigoríficas -, a empresa estima “um novo ano maravilhoso para a pecuária”.

Mas Carlos Eduardo Dias não arrisca ainda um palpite para o preço do kg vivo do bezerro, como mais usualmente se tipifica a venda desse tipo de animal.

Sabe que suas crias vão ser bem vendidas, mas ainda longe da cobertura dos preços dos insumos, diesel, custos operacionais etc, que poderiam estar, segundo ele, sendo cobertos por uma arroba acima de R$ 300,00 “se for vermos os últimos 10 anos”.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.