Boi no MS supera o paulista, sinal de entressafra montada à espera de acabar os animais a termo em São Paulo
O boi gordo de São Paulo está mais barato que no Mato Grosso do Sul e marca um fato quase inédito no mercado quando se compara os preços do maior centro consumidor (e rebanho menor) com os dos outros estados.
Mas talvez não seja uma total má notícia: como já pode estar se refletindo do outro lado da fronteira estadual, a forte queda da oferta de entressafra, quando acabarem os bois contratados a termo pelos frigoríficos paulistas, o que não deverá passar de setembro, as cotações ficarão mais vigorosas.
No levantamento da Scot Consultoria, o animal paulista a R$ 308,50, livre de imposto, tem em torno de R$ 2,00 a menos que em Campo Grande e em Dourados, somente ganhando de Três Lagoas.
Vários produtores confirmam essa diferença, embora vejam os preços nominais acima, em torno dos R$ 315 e R$ 317.
Para os outros estados com boa boiada, Minas, Goiás e Mato Grosso, o diferencial de base encurtou muito, o que demonstra, igualmente, a inviabilidade de os frigoríficos trazerem animais para morrer em São Paulo, pagando ICMS e frete.
As indústrias sentem a pressão do atacado e varejo, tanto que houve recuo da carcaça casada para R$ 19 o quilo, e conseguiram aliviar a pressão de compra – mesmo para o básico – com o gado contratado a termo meses atrás de grandes confinadores.
Mas se os outros estados estão mantendo a firmeza no preço da @, sinal de que a entressafra está favorecendo os produtores, com a disponibilidade de animais acabados ficando mais enxuta, com a seca dos pastos.
Quando começar a cessar a oferta de animais de cocho em São Paulo, deverá haver reversão da tabela, mesmo que moderadamente pela pouca evidência de correspondência de consumo no resto da cadeia.