Boi no ano teve topo de R$ 352 à virada do ciclo, com maior oferta, depois de muito tempo
À parte novo recorde de exportações de carne bovina, a consolidação dos Estados Unidos como segundo principal destino depois da líder disparada a China, e até a não habilitação de novos frigoríficos exportadores a esses dois mercados, o teto de preços do boi e oferta merecem destaques em 2022.
No primeiro caso, se deu no primeiro semestre.
O boi gordo padrão China chegou a escalar os R$ 352 a @ na última semana de março. O boi tipo mercado interno esteve a R$ 325.
Dessa menção feita pelo analista Yago Travagini, da consultoria Agrifatto, desdobrada, tem-se as máximas sendo alcançadas num período de forte impulso comprador da China, que ajudaram a atrair a valorização do animal mais comum, sem prêmio.
Mesmo com a demanda interna sem alteração, ou seja, enfraquecida como vem até hoje, os custos internos de produção bovina também foram repassados pelos produtores, pelo menos em parte.
Mas os valores não se sustentaram porque o ciclo da pecuária começou a mudar, na virada do ano.
Depois de um bom tempo, a boiada voltou a crescer para abate, com maior oferta por menor retenção de fêmeas, por exemplo, e a concentração de boi de confinamento e a termo sendo desovados, como é o destacado por Gustavo Resende Machado, da StoneX. Os abates começaram a ter programação bem mais folgada nos frigoríficos.
Ele ainda acrescenta a antecipação das compras chinesas de carne bovina, já com reflexo na queda das exportações totais de novembro sobre outubro. E a cotação vai entrar em 2023 mais fraca para encarar a sazonalidade de baixa de janeiro.
No comparativo com 2021 o recorde é evidente, dado que os chineses ficaram sem comprar de setembro a meio de dezembro ante os casos de vaca louca no Brasil. Mas ainda que de janeiro a novembro deste ano já se superou os embarques de 12 meses de 2020, se esperava um pouco mais.
Naquele ano, foram 2,016 milhões de toneladas (+8% sobre 2019), enquanto em 11 meses de 2022 foram atingidos 2,158 milhões/t.