Boi: entressafra foi furada e alguns negócios tiveram recuo da arroba
A semana fraca de negócios, com o feriado paulista de ontem ajudando a esfriar mais o volume já baixo de compras frigoríficas, não foi suficiente para frear algumas vendas de boi a preços de liquidação. Em São Paulo nesta quarta (10), a maior praça consumidora e referência nacional, a entressafra já pronta foi furada e a @ ficou entre leve queda e estável, por incrível que possa parecer para muitos agentes que o Money Times tem ouvido nos últimos dias.
Até que os volumes maiores entrem na programação de abate das firmas, já com o fim de safra no alto, os confinamentos vão manobrando para não soltar o gado.
O cenário de hoje foi visto em regiões bem distintas. Tanto no Pontal do Paranapanema, onde não há mais indústria grande – nem em Presidente Prudente – e os animais têm que rodar muito mais até um comprador e com os pastos mais depauperados os pequenos produtores saíram vendendo, quanto onde a concorrência é forte mas todos estão bem escalados com boi para morrer. Caso de Barretos.
Alguns produtores de Teodoro Sampaio e de Barretos, que preferiram o off, venderam boi comum a R$ 152,00 e R$ 154,00, à vista, respectivamente. Estavam necessitados, com contas chegando, e os animais já estavam começando a perder peso. Liquidaram o plantel, mas vão perder na relação de troca da reposição, com a valorização do bezerro, com certeza.
A queda de preço, segundo a Scot Consultoria, foi de R$ 0,50, na média do boi comum, ou R$ 154,50 (no ato) ou R$ 156,50 (30 dias).
Nos outros estados originadores de boi gordo, a consultoria viu o mercado operar em estabilidade ante a terça: R$ 142,00 em Campo Grande e R$ 140,00 em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul; R$ 140,00 em Goiânia; R$ 141,00 em Cuiabá e R$ 140 no Sudeste de Mato Grosso.
A referência da Agrifatto ficou igual, em R$ 154,45 para São Paulo, e em alta residual na média do Mato Grosso do Sul, em R$ 142,92.
Já a referência da Radar Investimentos foi a menor para SP, R$ 152,00 livre de Funrural, mas igual também na comparação com segunda. “Pode ter tido baixas, mas os frigoríficos não estão fazendo questão de compras neste momento”, avalia Douglas Coelho, sócio da empresa.
A virada pode acontecer com agosto entrado, quando a queda na oferta ficará mais acentuada.