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Boi China dos estados vizinhos a SP está compensando para os frigoríficos, por ora

23 fev 2022, 14:36 - atualizado em 23 fev 2022, 18:35
Boi Nelore Pecuária de Corte
Boi China está bem mais barato nos estados vizinhos a São Paulo, de modo que compensa aos frigoríficos comprarem (Imagem: Embrapa)

O boi China é o único animal que vale a pena ser comprado em volumes pelos frigoríficos. Como em São Paulo está sustentado em R$ 340 a @, e as exportações estão firmes em fevereiro, o movimento de originação em outros estados está na mira, dada as diferenças para menor no tal diferencial de base.

Vão de 7,5% a 15%, considerando apenas as praças boas de boi bom, como Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Pará, o que já compensa os gastos com fretes e ICMS.

Mas não deve durar muito, ou “essa festa vai acabar logo”, como diz o consultor Rodrigo Albuquerque, porque a demanda se dirigindo para os vizinhos dos paulistas vai encarecer o boi fora também.

O Mato Grosso do Sul, por ser o estado mais próximo e com rebanho de qualidade, sempre é o maior destino dos caminhões das indústrias atrás desse diferencial de base, termo que qualifica esse movimento na pecuária de corte.

Em reais, no estado o boi para chinês comer está em torno de R$ 20 a R$ 25 mais barato que em São Paulo, que não tem muito oferta.

“Sim, estão buscando lá, mas ainda não explodiu, porque se não já teria subido mais lá também, e aí já não poderia compensar frete e impostos”, comenta o produtor Juca Alves, de Barretos (SP).

Embora longe da fronteira estadual, Frederico Stella, ex-presidente do Sindicato Rural de Aquidauana, notou uma leve “puxadinha” nos preços e uma encurtada nas escalas dos frigoríficos. Francisco Brandão, de Araçatuba, e com propriedade no estado vizinho, tem notado que essa ação comercial ainda não cresceu muito, porque está mais confinada ao boi com prêmio China.

Porém, o produtor ainda não está vendo um movimento forte das unidades frigoríficas de São Paulo, diante de uma situação que deverá acabar acontecendo por uma questão de necessidade.

Como lembra Juca Alves, não tem boi China em São Paulo e as exportações estão demandando bastante, esticando uma diferença do boi comum para R$ 15 a R$ 20 por @.

Em Três Lagoas, também no MS, praça mais próxima de São Paulo, há um movimento também perceptível não só de boi terminado, mas de gado magro para engorda.

O Norte e Noroeste paulistas têm vários confinamentos que costumam se abastecer no vizinho, quando o diferencial de base está no jeito de hoje, mas o presidente do Sindicado Rural local, Kennides Batista, tem registrado alguma burocracia com o recolhimento do ICMS, que está freando o aumento da atividade.

Se não mudar o panorama, Alves, o produtor do Norte de São Paulo, acredita que o Minerva da cidade irá buscar no MS, quando voltar da reforma a partir de 6 de março (atualmente, os abates estão concentrados em José Bonifácio).

Apesar de um hiato no Carnaval no meio, Rodrigo Albuquerque não aposta muito nisso não.

“As praças vão andar”, pontua o CEO da Gestão de Risco em Pecuária e do Notícias do Front.

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