Pecuária de corte

Boi: biruta dos indicadores ficou bastante flagrante e confunde produtores

27 nov 2020, 12:25 - atualizado em 27 nov 2020, 12:29
Boi Carnes
Balança de preços do boi arrasta dúvidas para o fim de semana (Imagem: JBS/Imprensa)

Quando os registros de negócios diários com o boi acentuam a continuidade de rali no mercado físico, quase sem margens a dúvidas, de repente surge um preço em direção oposta que bagunça os parâmetros até do produtor mais experiente.

Há dias o boi gordo cai seguidamente em todas as réguas e o Cepea/Esalq, por exemplo, observou recuo de 3% na @ na quarta em São Paulo. Mas ontem (26), mostrou salto de 2,5% (R$ 285,25), enquanto outros balizadores mantiveram levantamentos de queda, como menos R$ 5, segundo a Scot Consultoria (R$ 272), ou menos 0,26%, pela Agrifatto (R$ 275,89).

Dito isto, desconta-se metodologias diferentes, abrangência do universo regional pesquisado e volume de agentes informantes – estes dois implicando também em qualidade de boi -, para se entender que o desempenho dos preços possa ter variações de uma referência para outra, porém numa mesma direção.

Mas a biruta virada totalmente contra as tendências, seja por um ou outro indicador, especialmente no momento nos quais os fundamentos estão consolidados em qualquer lugar, sem exceção, inclusive confirmados por vários produtores ouvidos por Money Times.

Se disseram confusos porque atrapalha qualquer planejamento em cenário de pressão como o atual. Vende hoje ou aguenta até segunda, esperando renovação de preços?

É como se as pesquisas, por algum motivo, tenham se concentrado em informações originadas de um nível diferenciado de produtor e, ainda, em um número deles suficientemente grande para formar índice, por exemplo.

O que é mosca branca agora.

Vale lembrar que pecuarista algum seja obrigado a operar por qualquer indicador conhecido, entre os quais também se destaca o Balizador GPB (Grupo Pecuária Brasil), cada vez mais aceito.

No caso do boi Cepea, ainda que seja o oficial da B3 (B3SA3) e liquida o contrato futuro do mês corrente – inclusive o novembro sobe 0,71%/R$ 282, agora, 12h30 -, também não foi criado para o mercado físico.

Mas, por razões óbvias, virou o ‘oficial’ dos frigoríficos, porque – teoricamente (e cada vez mais teoricamente) – leva para a bolsa a expectativa de precificação da mercadoria.