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BofA: Cobrança única do ICMS deve resultar em alta do etanol; veja em quais ações apostar

31 mar 2023, 17:41 - atualizado em 31 mar 2023, 17:41
Gasolina, Etanol
A cobrança única de ICMS nas operações com gasolina e etanol anidro combustível pode ter duas implicações, diz BofA (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Na quarta-feira (29), o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) publicou no Diário Oficial da União um texto de um convênio que decidiu pela cobrança única de ICMS nas operações com gasolina e etanol anidro combustível, no valor de R$ 1,45 por litro.

A cobrança, que entra em vigor a partir de 1º de julho, pode ter duas implicações, segundo o Bank of America (BofA).

A primeira delas se refere a um aumento de 10% da gasolina em São Paulo, o que acarretaria em um aumento de 14% nos preços do etanol anidro nas usinas.

A outra implicação seria que a arrecadação de impostos pelos estados não sofrerá mais alterações de acordo com os preços dos combustíveis, o que poderia aumentar/diminuir a carga tributária dos consumidores, dependendo da variação dos preços.

O BofA acredita que a medida é positiva para os produtores de etanol, caso não haja nenhuma mudança na política de preços dos combustíveis. Com isso, o banco mantém sua recomendação de compra para as ações da Raízen (RAIZ4), posição neutra para São Martinho (SMTO3) e espera um desempenho abaixo da média do mercado para a Adecoagro (AGRO).

Preços em alta

Segundo a Petrobras (PETR4), o preço da gasolina na refinaria em São Paulo está em R$ 2,33 por litro. Em cima disso, os impostos federais (PIS e Cofins) representam 0,35 por litro da gasolina. Já para o etanol anidro, o PIS e Cofins representam R$ 0,82 por litro com margem de distribuição de R$ 0,94 por litro.

Os impostos estaduais (ICMS) totalizam R$ 0,90, implicando uma alíquota de 18%, o que resulta em um preço final ao consumidor de R$ 5,34/litro.

Com o novo ICMS de R$ 1,45 por litro, o BofA estima um aumento no preço final ao consumidor de R$ 0,55 por litro para R$ 5,89 por litro, um aumento de 10%. Assumindo a paridade de preços do etanol hidratado estável em 71%, os preços ao produtor devem subir 14%.

Uma variação de 10% nos preços da gasolina/etanol deve alterar o Ebitda de 2024 de Raízen e São Martinho em 7-8%, respectivamente, e o Ebitda de 2023 para a Adecoagro em 7%, avalia o banco.

Riscos negativos

Entre os potenciais riscos negativos, o BofA cita:

  • riscos negativos para o petróleo;
  • possível mudança na política de preços de combustíveis da Petrobras; e
  • menor demanda de combustível.

A produção de etanol no Centro-Sul deve crescer 10% em relação ao ano anterior, devido à recuperação da moagem e ao aumento da oferta de etanol de milho.

No entanto, a demanda por combustíveis não deve crescer no mesmo ritmo, dadas as condições macroeconômicas, o que pode levar a uma queda na paridade de preços entre etanol e gasolina, principalmente no início da moagem, quando a produção de etanol é maior, destaca o BofA.

Na visão do banco, os agentes listados têm a capacidade de superar os preços de mercado em determinadas situações, dada a capacidade de armazenamento, inteligência de mercado, mix de clientes finais e acesso a exportações, o que poderia limitar o impacto negativo desses eventos.

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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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