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BofA eleva recomendação das ações de Cogna (COGN3), mas a preferida do setor de educação é outra

12 set 2024, 15:25 - atualizado em 12 set 2024, 17:28
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Embora o BofA tenha elevado a recomendação de Cogna, o banco reiterou a preferência por Ânima no setor de educação (Imagem: Instagram/ Kroton Educação)

Com o cenário de taxas de juros mais elevadas em 2024 e 2025, o Bank of America (BofA) revisou as estimativas para o setor de educação. 

Em meio às atualizações, o banco elevou a recomendação de venda para neutra para as ações de Cogna (COGN3). 

Para os analistas, a companhia apresentou crescimento consistente da receita bruta, expansão da margem Ebitda e melhor geração de caixa operacional — o que refletiu em uma redução recente nos campi e “uma reviravolta em seu portfólio de cursos”. 

O preço-alvo para os papéis COGN3 também foi ajustado de R$ 2,50 para R$ 1,70 — o que ainda representa um potencial de valorização de 18,9% em relação ao preço de fechamento da última quarta-feira (11). 

O corte no preço-alvo deve-se à redução de 16% da projeção de lucro por ação (EPS) em 2025, com os analistas esperando um crescimento mais fraco para o próximo ano. 

Apesar disso, eles destacam que as tendências operacionais da Cogna estão melhorando e um potencial de queda das ações limitado. Desde janeiro, os papéis acumulam baixa de 60%. 

Por outro lado, o BofA vê pouco espaço para o crescimento na receita bruta da companhia. Embora a gestão esteja otimista em relação a novas iniciativas, como Anglo-Start e Vasta B2G (receitas de R$ 80 milhões em 2023), ainda não vemos uma contribuição significativa para a receita bruta da Cogna”, escrevem Flavio Yoshida, Mirela Oliveira e Gustavo Tiseo em relatório. 

Nesta quinta-feira (12), as ações da companhia operam voláteis no Ibovespa (IBOV), com a abertura da curva de juros — que pressiona o desempenho dos papéis domésticos. COGN3 fechou o pregão com queda de 2,10%, a R$ 1,40. Acompanhe o Tempo Real

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Cogna: a preferida do BofA é outra 

Embora o BofA tenha elevado a recomendação de Cogna, o banco reiterou a preferência por Ânima (ANIM3) no setor de educação. 

Segundo os analistas, a companhia tem realizado mudanças para se tornar uma marca premium para superar os pares no curto prazo.

Além disso, a Ânima tem apresentado sólidos resultados. Entre eles, a expansão da margem Ebitda impulsionada pelo aumento das mensalidades e controles de custos rigorosos. 

A companhia também está suscetível a poucos riscos regulatórios limitados devido à sua baixa exposição a cursos de ensino à distância — que corresponde apenas a 6% das receitas. 

Os analistas consideram ainda que as ações ANIM3 estão sendo negociadas a um múltiplo de 5,2x o preço por lucro (P/L) para 2025, um desconto de 13% em relação aos pares.

Fim da guerra no setor

No relatório, o BofA ainda destaca que as tendências de mensalidade estão melhorando, com o fim da guerra dos preços. 

“Dado que a indústria tem um excesso de oferta de vagas e espera-se que veja mudanças regulatórias, em nossa visão as empresas mais bem posicionadas são aquelas com ofertas diferenciadas”, afirmam os analistas Yoshida, Oliveira e Tiseo. 

Segundo eles, Vitru (VTRU3), Ânima e Cruzeiro do Sul (CSED3), além de ofertas diferenciadas, são as companhias com melhores resultados nas avaliações de qualidade do Ministério da Educação. 

“Valorizamos empresas menos dependentes de descontos e financiamentos em mensalidades, dados os menores riscos de inadimplência e desistência”, dizem. 

Por fim, o Bofa espera a abertura total de cerca de 7 mil vagas, após a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre vagas em faculdades de medicina. 

“Incorporamos um repasse menor nas mensalidades de medicina (70% da inflação vs. 100% antes) a partir de 2028, pois a maioria das vagas pendentes de aprovação já deve estar operando até lá.”