BofA eleva preço para BRF (BRFS3) com dólar em alta, mas ressalta fim do bom momento do frango
O Bank of America elevou seu preço-alvo para as ações da BRF (BRFS3) de R$ 28 para R$ 29, com a perspectiva de um real mais fraco em 2025 (R$ 5,62 para R$ 6,11) e maiores preços do frango. O banco manteve sua recomendação neutra para ação, e o novo alvo representa um potencial de valorização de 23% em relação ao fechamento da última sexta-feira (10), em R$ 23,52.
O banco espera que o sólido impulso dos lucros se mantenha no primeiro semestre de 2025, mas espera uma inflexão de margem a partir do segundo semestre, à medida que o ritmo de fornecimento de frango acelera.
Além disso, a empresa começará a ter comparações difíceis primeiro trimestre do ano em relação à precificação, já que nos múltiplos que relacionam valor de mercado e Ebitda em 12 meses, a BRF tem um prêmio de 15% em relação à JBS (top pick do BofA).
“Oferta e demanda apertadas de frango combinadas com baixos custos de ração mantiveram as margens em níveis muito altos durante o ano, virtualmente o dobro em relação a 2023. Na margem, o fornecimento de frango tem acelerado no Brasil e nos Estados Unidos em um ritmo ligeiramente mais rápido do que no primeiro ano do último ciclo de alta, em 2014-16”, analisam Isabella Simonato e Julia Zaniolo.
Com a revisão positiva, BRFS3 encerrou as negociações com alta de 0,13%, a R$ 23,55, na contramão do setor de frigoríficos.
BRF deve ver queda nas margens do 2S25
Os preços do frango spot caíram aproximadamente 20% nos EUA, na comparação entre o terceiro e o quarto trimestres de 2024. No Brasil, há uma recuperação, devido aos preços mais altos da carne bovina.
“Acreditamos que esse continua sendo um tema-chave a ser observado em 2025. Esperamos que as margens do frango enfrentem comparações difíceis em relação ao segundo semestre de 2024, mas reconhecemos que a menor disponibilidade de carne bovina pode dar suporte à demanda e aos preços do frango. Menor eclodibilidade e maiores taxas de mortalidade também podem impedir uma aceleração na produção”.
Nesta manhã, o BTG manteve sua recomendação neutra para a ação com a perspectiva de ventos contrários de margem neste ano, impulsionados pelo aumento dos custos de ração e o início de uma desaceleração no ciclo avícola.