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Boeing perde para Bombardier em caso de subsídio para jatos; Embraer vê distorção de preços

27 jan 2018, 15:18 - atualizado em 27 jan 2018, 15:18
Segundo a Bombardier, a linha C é a aeronave inovadora e eficiente em uma geração Foto: Divulgação

Em uma decisão que foi vista como surpreendente, a Comissão de Comércio Internacional dos EUA (USITC) decidiu contra a gigante americana Boeing em um caso de importação de jatos da canadense Bombardier, mostra um comunicado publicado na noite de sexta-feira (26).

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A Boeing pedia tarifas 300% maiores sobre as vendas do jato CSeries, de 100 a 150 assentos, da rival para companhias aéreas nos EUA. A empresa argumenta que os aviões são vendidos a preços abaixo do mercado ao serem subsidiados pelo governo canadense. A decisão foi unânime, com o placar de 4 a 0.

“A decisão de hoje é uma vitória para a inovação, a concorrência e o estado de direito. É também uma vitória para as companhias aéreas americanas e para o público de passageiros dos Estados Unidos”, ressaltou a Bombardier em um comunicado. Segundo a companhia, a linha C é a aeronave inovadora e eficiente em uma geração.

Já a Boeing se disse “decepcionada” pelo resultado e disse que a Comissão não reconheceu o prejuízo de bilhões de dólares sofridos em subsídios ilegais que a Bombardier recebeu e usou para despejar aeronaves no pequeno mercado de passageiros de um só corredor dos EUA. “Essas violações prejudicaram a indústria aeroespacial dos Estados Unidos e estamos sentindo os efeitos dessas práticas comerciais injustas no mercado todos os dias”, destacou a companhia.

O acesso à família E-Jets, concorrente da Bombardier, motivou a aproximação da Boeing com a brasileira (Foto: Divulgação)

A Embraer (EMBR3) também é parte interessada nessa disputa. “Esses subsídios maciços não só permitiram que a Bombardier sobrevivesse, mas também que a empresa oferecesse suas aeronaves a preços artificialmente baixos, distorcendo todo o mercado global de aeronaves comerciais”, disse a brasileira em comunicado obtido pela Reuters.

O sucesso da geração C da Bombardier, que recentemente vendeu 50,1% deste programa de jatos para a Airbus. Foi uma saída para a empresa ter acesso à uma planta da empresa no Alabama, que é responsável pela montagem final das aeronaves e que torna as aeronaves da série C produtos americanos. Apenas a Delta Airlines assinou, em 2016, um contrato para a compra de 75 aviões da Bombardier.

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Este é um dos motivos que motivou a aproximação da Boeing com a brasileira Embraer. As duas têm acertados nas últimas semanas os detalhes de uma combinação que pode ajudar a americana no mercado de jatos executivos, principalmente com a família E-Jets. O principal entrave tem sido o governo brasileiro, que tem poder de travar a operação com suas Golden-shares.

Para chegar a um acordo, segundo o Estadão,  a Boeing estaria disposta a ceder em três pontos, que é a garantia de autonomia na parceria da fabricante brasileira com a Saab na produção dos Gripenn; a transformação do Brasil em polo de produção de componentes para aviões da Boeing; e a manutenção do poder de veto do governo.