Boeing lamenta mensagens de ex-piloto sobre 737 MAX, mas falhas eram em simulador
A Boeing disse no domingo que entende a indignação com as mensagens vazadas de um ex-piloto de teste sobre o comportamento irregular de um software em seu jato 737 MAX dois anos antes dos acidentes recentes, e acrescentou que ainda estava investigando o que elas queriam dizer.
A maior fabricante de aviões do mundo, que está sob crescente pressão para explicar o que sabia sobre os problemas do 737 MAX antes de entrar em serviço, disse que não tinha conseguido falar diretamente com o ex-funcionário Mark Forkner, mas repetiu as alegações subsequentes de seu advogado de que os problemas estavam relacionados a um simulador defeituoso.
O papel do simulador surgiu como uma questão crucial desde que as mensagens de 2016 foram divulgadas na sexta-feira, já que os investigadores querem saber se movimentos irregulares relatados pelo piloto significam que a Boeing estava ciente dos problemas na própria aeronave ou apenas no simulador.
A FAA ordenou na sexta-feira que o presidente-executivo da Boeing, Dennis Muilenburg, dê uma explicação “imediata” para o atraso na entrega do documento “preocupante”, que a Boeing descobriu há alguns meses.
Nas mensagens de novembro de 2016, o então chefe técnico de pilotos Forkner disse a um colega que o chamado sistema anti-stall do MCAS – o mesmo vinculado a acidentes na Indonésia e na Etiópia – estava “desenfreado” em uma sessão no simulador de voo.
Em outro momento, ele diz: “Eu menti para os reguladores (sem saber).”
“Entendemos inteiramente o escrutínio que esse assunto está recebendo e estamos comprometidos em trabalhar com as autoridades e o Congresso dos EUA enquanto continuam suas investigações”, afirmou a Boeing em comunicado no domingo.
A Boeing disse que não conseguiu falar diretamente com Forkner sobre sua compreensão do documento.
“Ele declarou através de seu advogado que seus comentários refletiam uma reação a um programa de simulador que não estava funcionando adequadamente e ainda estava sendo testado”, afirmou a Boeing.
“O software do simulador usado durante a sessão de 15 de novembro ainda estava sendo testado, em formação e não havia sido finalizado”, acrescentou a Boeing.