Boeing e Embraer podem anunciar divórcio, diz Financial Times; ação despenca 10%
O plano de venda do negócio de jatos da Embraer (EMBR3) para a Boeing (BA) pode ser descartado há apenas algumas horas do seu prazo final, afirma uma reportagem publicada pelo Financial Times nesta sexta-feira (24).
Com a notícia, as ações da brasileira fecharam em queda 10,68%, a R$ 8,28, enquanto que os papéis da americana recuaram 6,36%, a US$ 128,98.
De acordo com o plano, a Boeing teria uma participação de 80% em uma nova empresa derivada da Embraer. Uma segunda joint-venture para a produção do avião militar C-390 seria dividida em 51% para a Embraer e 49% para a Boeing.
O negócio foi avaliado em US$ 4,75 bilhões.
“A fabricante de aeronaves dos EUA, que está gastando bilhões de dólares em dinheiro como resultado dos problemas de um ano do 737 Max e da crise da aviação global, está ponderando se deve abandonar o acordo”, aponta o texto.
Fontes consultadas pelo FT disseram que nenhuma decisão seria tomada até o prazo de meia-noite de São Paulo e que um anúncio poderia chegar neste fim de semana.
O ponto de interrupção foi acordado em um contrato assinado em janeiro, que estabeleceu um cronograma para cada lado atender a determinadas condições.
“Se a Boeing decidir desistir, em vez de estender o acordo, é esperado que cite a ineficiência da Embraer em cumprir determinados termos como a razão do abandono do acordo. A aprovação da UE também ainda está pendente”, indica o FT.
“É uma questão de liquidez”, disse Ron Epstein, analista do Bank of America, ao FT.
“A Boeing está em posição de gastar US $ 4 bilhões em uma aquisição, considerando o que está acontecendo no mercado mais amplo da aviação comercial?”