Banco da Inglaterra está mais preocupado com empregos do que com inflação
O Banco da Inglaterra busca desviar o foco nas taxas de juros e inflação e se concentrar nos riscos para a economia do Reino Unido.
A maioria das autoridades do banco central britânico, sob o comando de Andrew Bailey, passou as últimas duas semanas destacando a ociosidade na economia. Isso inclui o desemprego, que deve aumentar e permanecer alto nos próximos meses e reduzir a pressão sobre os preços ao consumidor.
“Há luz no fim do túnel”, disse Bailey em discurso na segunda-feira. “No entanto, uma dose de realismo. Nossas previsões mais recentes, em essência, traçaram o quadro de uma economia que começa com um nível mais baixo de atividade.”
Rendimentos crescentes no mercados de títulos e sinais de que a inflação deve se acelerar criaram a expectativa de que o banco central prepara uma transição para apertar a política monetária a fim de evitar um superaquecimento da economia.
Com a queda do PIB esperada no primeiro trimestre e restrições da Covid até meados do ano, o BOE sinaliza que planeja manter as medidas de estímulo em vigor por muitos meses.
A questão que autoridades monetárias enfrentarão na reunião de 18 de março é se a expectativa do mercado de um aumento de 50 pontos-base dos juros nos próximos três anos, além do recente ganho na taxa de câmbio da libra, se justifica, disse Elizabeth Martins, economista sênior do HSBC. “E, em caso negativo, então como e quando” agir, escreveu em relatório para clientes.
A inflação permanece abaixo da meta de 2% do BOE há um ano e meio. Embora economistas esperem que o índice se acelere e fique um pouco abaixo dessa meta neste ano, a inflação será puxada principalmente por fatores temporários, como preços da energia, que o BOE provavelmente irá ignorar.
Existem outras questões que podem manter os preços sob controle. A taxa de desemprego subiu para 5% no quarto trimestre e deve atingir uma média de 5,9% no próximo ano, de acordo com o Escritório de Responsabilidade Orçamentária. Outros 16,1% dos trabalhadores, ou cerca de 4,9 milhões de pessoas, estavam em licença em janeiro recebendo 80% do salário enquanto suas empresas permanecem fechadas.