Bancos

BOE deve manter estímulo apesar de racha sobre rumo da economia

03 ago 2020, 8:41 - atualizado em 03 ago 2020, 8:41
Banco da inglaterra
O BOE já iniciou a compra adicional de 300 bilhões de libras (US$ 393 bilhões) em títulos como parte da resposta de emergência ao vírus (Imagem: Flickr/Banco da inglaterra)

O Banco da Inglaterra deve continuar a adotar uma política monetária de afrouxamento, mesmo diante da discordância interna sobre o ritmo da recuperação econômica em meio à recessão provocada pelo coronavírus.

Embora membros do BOE sob o comando do presidente Andrew Bailey tenham opiniões diferentes sobre como a economia está reagindo ao choque da pandemia, a expectativa para a próxima decisão de política monetária na quinta-feira é de que as taxas de juros permaneçam na mínima histórica e que o programa de compra de ativos siga inalterado.

Segundo economistas, essa posição deve durar muitos meses e proporcionar segurança para famílias, empresas e investidores durante a crise.

“Parece haver uma divisão entre os membros sobre o andamento da recuperação”, disse o economista George Buckley, da Nomura International “Mas suspeito que provavelmente não haverá muita divisão na próxima votação.”

O alinhamento difere da recessão durante a crise financeira global de 2008, quando membros do BOE liderados pelo então presidente Mervyn King colidiram tanto em relação à visão sobre o cenário econômico quanto à resposta.

Foi um período com votos simultâneos para aumentar e reduzir as taxas de juros e, à medida que a turbulência aumentava, o desacordo resultou em divergência pública que deixou a instituição abalada.

Desta vez, existem divisões sobre as perspectivas econômicas. O economista-chefe do BOE, Andy Haldane, está otimista sobre uma recuperação rápida, enquanto Silvana Tenreyro, que faz parte do comitê de política monetária da instituição, diz que a retomada deve ser limitada.

Mas na política monetária há menos divisão, embora Haldane tenha votado contra a última rodada de flexibilização quantitativa, preferindo esperar por mais evidências.

O BOE já iniciou a compra adicional de 300 bilhões de libras (US$ 393 bilhões) em títulos como parte da resposta de emergência ao vírus, e economistas esperam que a instituição compre outros 50 bilhões de libras antes do fim do ano.