Mercados

BoE ampara mercados, mas medo de recessão permanece

19 mar 2020, 15:52 - atualizado em 19 mar 2020, 15:52
O mercado em Londres fechou apenas em leve alta, depois que o BoE cortou a taxas de juros para 0,1% e aumentou sua compra de títulos (Imagem: REUTERS/Clodagh Kilcoyne)

As ações europeias encerraram em alta nesta quinta-feira, depois de mais estímulos de emergência pelo Banco da Inglaterra (BoE, banco central britânico), embora ainda restem dúvidas sobre se será suficiente para atenuar o choque econômico causado pelo surto de coronavírus.

O mercado em Londres fechou apenas em leve alta, depois que o BoE cortou a taxas de juros para 0,1% e aumentou sua compra de títulos. O movimento seguiu medidas de emergência do Banco Central Europeu (BCE) nesta quinta-feira.

O índice FTSEurofirst 300 subiu 3,29%, a 1.133 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 2,91%, a 288 pontos, apesar dos ganhos diários terem sido uma fração das perdas ao longo do mês. O STOXX 600 perdeu mais de um terço do seu valor desde que atingiu máxima recorde no mês passado.

“Em última análise, nada disso irá, infelizmente, impedir uma recessão no Reino Unido, o que, como na maior parte do mundo desenvolvido, agora parece inevitável”, escreveram James Smith, economista de mercados desenvolvido, e Petra Krpata, estrategista-chefe de câmbio e juros para Europa, Oriente Médio e África, ambos do ING, referindo-se ao movimento do BoE e ao pacote de estímulos.

As ações de telecomunicações estiveram entre os setores com melhor desempenho do dia, subindo cerca de 4,7%, com a Jefferies dizendo que certas facetas do segmento poderão se beneficiar do surto.

As ações de energia subiram mais de 3% em relação a uma mínima de 24 anos, acompanhando os ganhos nos preços do petróleo. No entanto, uma guerra de preços entre os principais produtores e a demanda enfraquecida devido à tensão decorrente do surto levaram a uma redução nos preços para mínimas de vários anos.

O setor de recursos básicos ficou entre os poucos em queda no dia, com as mineradoras –cujas ações têm expressivo peso nos índices– no mercado de Londres ligeiramente pressionadas pela força da libra.

Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 1,40%, a 5.151,61 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 2,00%, a 08.610,43 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 2,68%, a 3.855,50 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 2,29%, a 15.466,97 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,93%, a 6.395,80 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,26%, a 3.596,08 pontos.