Boas e más notícias: O que esperar para Wall Street em 2024?
Os lobos de Wall Street erraram nas previsões para 2023. Acreditando que esse não seria um ano propenso para o crescimento econômico dos Estados Unidos, os americanos foram contra as previsões otimistas de Tom Lee, analista e empresário. Na prática, diversos setores econômicos do país passaram por um bônus, desafiando as estatísticas.
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Para 2024, as previsões são de um começo de ano difícil, mas no geral extremamente positivo. Confira as razões:
Começo de ano turbulento para Wall Street
A virada de 2023 para 2024 é marcada pelo “Santa Claus rally”, ou rali do Papai Noel, quando as ações fecham em alta nos últimos cinco pregões do ano corrente e nos três primeiros pregões do ano novo. Apesar da virada de calendário positiva, os analistas temem os efeitos disso no mercado no começo do ano.
De acordo com o MoneyWatch, os motivos são:
- Ações dos Estados Unidos estão sobrecompradas
O Índice de Força Relativa (RSI) de 14 dias do S&P 500 continua a oscilar em torno de 70, sinal de que o ativo pode estar sobrecomprado. Isso pode fazer com que haja uma correção ou alteração de preços dos ativos no curto prazo.
- O sentimento com relação ao mercado foi alterado rapidamente
No espaço de dois meses, o sentimento dos investidores passou de extremamente pessimista para extremamente otimista, de acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Americana de Investidores Individuais (AAII). Com uma rapidez na mudança, os analistas acreditam que o cenário que vão encontrar, na verdade, é extremamente pessimista, em contraponto ao resultado da pesquisa.
- Vix baixo
O Cboe Volatility Index, ou Vix, é conhecido como “índice do medo” e mediu o quão volátil os traders esperam que o S&P 500 seja no próximo mês. A última análise resultou em um Vix abaixo de 12 pela primeira vez desde antes da pandemia de Covid-19.
- Previsão de inflação do Fed
O próximo relatório de inflação dos EUA está previsto para 11 de janeiro, mas já vem gerando ansiedade para Wall Street. Há a crença de que o Federal Reserve irá colocar um ponto final nas altas nas taxas de juros, mas os resultados ainda são incertos.
- Contexto político
Apesar do resultado político das próximas eleições não afetar bruscamente em como os investidores atuarão na economia estadunidense, os próximos meses serão de preparativos para as eleições nos Estados Unidos. Além disso, há ainda o envolvimento do país em outros conflitos geopolíticos, o que atrai instabilidade.
2024 com saldo positivo para o mercado
Apesar de um começo turbulento, o ano pode contar com boas surpresas para os investidores. Os indicativos para isso são:
- Bancos americanos otimistas
Apesar de uma projeção de desaceleração para a economia dos Estados Unidos em 2024, os bancos estadunidenses projetam um aumento no Produto Interno Bruto (PIB) do país. O Morgan Stanley projeta um aumento no PIB de 1,9%, enquanto o Goldman Sachs estipula um valor ainda maior, 2,1%.
- Inflação com tendência a diminuir
Seguindo a tendência de 2023, quando as taxas de inflação diminuíram significativamente, o JP Morgan prevê uma queda de 3,4% para 2,4% nas taxas. Essa opinião também é verificada em outros atores, como o UBS (2,7% para o final de 2024) e o Goldman Sachs (intervalo entre 2% e 2,5% até dezembro).
- Apostas em cortes de juros para 2024
A previsão dos cortes de juros para 2024 segue a observação de um crescimento menor e uma possível inflação em nível global, fazendo com que grande parte dos bancos centrais reduzam suas taxas de juros.
O Chicago Mercantile Exchange (MCE) aposta em um ínicio dos cortes previsto para maio desse ano e um encerramento das taxas de juros em 4%. O Goldman Sachs também aposta em cortes, mas a partir de outubro, esperando que o encerramento se dê em 4,5%
- Foco em títulos mais longos e futuro incerto para as ações
Goldman Sachs, Barclays e UBS são bancos que compartilham da mesma visão: títulos mais longos, com vencimento superior a 3 anos, serão os preferidos para 2024. Essa preferência ocorre por conta da queda nas taxas de juros, que diminui o retorno de investimentos em caixa.
Apesar da previsão de desaceleração da economia, o S&P 500 saltou mais de 24% e a especulação de que o Fed começará a reduzir os custos dos empréstimos em 2024 deixou o cenário de ações estadunidenses mais otimista.