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Boas condições levam safra de milho dos EUA a início promissor

02 jun 2021, 19:02 - atualizado em 02 jun 2021, 19:02
Milho
Ao longo da última década, o “rating” inicial do milho alcançou 76% apenas em uma outra ocasião (2014) (Imagem: Pixabay)

Após duas safras consecutivas decepcionantes de milho, os agricultores dos Estados Unidos esperam ter melhor sorte em 2021, especialmente com as altas perspectivas de rentabilidade.

Os trabalhos tiveram um bom início, e se o clima cooperar no verão local, é possível que os estoques do cereal no país se recuperem das mínimas de sete anos que atingiram.

O serviço de estatísticas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) classificou 76% das lavouras de milho do país em condições boas ou excelentes até domingo, bem acima das expectativas do mercado, de 70%.

Ao longo da última década, o “rating” inicial do milho alcançou 76% apenas em uma outra ocasião (2014), tendo superado a marca em duas oportunidades: 79% em 2018 e 77% em 2012.

Nesses casos, as classificações iniciais foram as mais altas de toda a temporada, enquanto o patamar de 76% voltou a aparecer algumas vezes em 2014.

O USDA publica dados nacionais de condições de safra quando uma determinada parcela da cultura emergiu, e as notas concedidas refletem apenas aquela porção emergida.

Até domingo, 81% da safra de milho dos EUA havia emergido, maior porcentagem desde 2004 para o momento que coincide com os primeiros “ratings”.

Isso significa que a safra já tem disponível uma parcela maior do que o normal para as avaliações iniciais.

No ano passado, apenas 64% do milho havia emergido quando o USDA publicou as condições pela primeira vez, indicando 70% da safra em estado bom ou excelente, mas o “rating” avançou para 74% na semana seguinte, com 78% das lavouras emergidas com este dado acima da média para o período.

Nem todos os participantes do mercado são fãs dos relatórios de condições de safra, dada sua natureza subjetiva, mas há algumas tendências identificáveis.

Não há muitos pontos negativos para o potencial de produtividade quando as condições iniciais do milho superam os 70%. A unidade grande exceção foi vista em 2012, quando uma enorme seca ocorreu após um início promissor.

As melhores safras de milho não estão associadas a condições iniciais inferiores a 70% de bom ou excelente.

Uma exceção pode ser a de 2017, quando o “rating” inicial de 65% acabou mascarando o forte potencial de rendimento, com a safra atingindo um recorde de 176,6 bushels por acre.

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Soja

O USDA publicará os primeiros dados de âmbito nacional sobre as condições da safra de soja na próxima segunda-feira, 7 de junho.

Não se sabe exatamente o motivo, mas as condições iniciais da soja tendem a ficar, em média, alguns pontos abaixo daquelas verificadas no milho.

A safra de 2020 foi inicialmente classificada com 70% de lavouras boas ou excelentes, um pouco acima da média de longo prazo para o período.

A produtividade acabou ficando próxima das tendências no ano passado, devido à seca registrada no final da temporada, embora as expectativas fossem maiores no início da safra.

O melhor índice obtido pela soja nos últimos anos foi de 75%, em 2018, ano em que o rendimento da safra em termos nacionais atingiu o segundo maior patamar da história, atrás somente de 2016, quando a primeira estimativa de condições atingia 72%.

Não há uma relação tão forte entre as condições iniciais da soja e os resultados finais da safra, devido possivelmente à alta dependência de chuvas oportunas na parte final da temporada.

Algumas das melhores safras tiveram os primeiros “ratings” abaixo de 65%.

Classificações iniciais mais baixas, ainda assim, tendem a estar associadas a rendimentos aquém da tendência.