Boa Safra (SOJA3): Grãos, TSI e custo de capital devem amargar 1T23; veja o que esperar
Nesta quinta-feira (9), a Boa Safra (SOJA3) divulga seus resultados do 1T23, após o fechamento do mercado.
Ao Money Times, o analista Pedro Fonseca, da equipe de agro, alimentos e bebidas da XP Investimentos, disse que o primeiro trimestre para companhia costuma ser mais “vazio”, pelas poucas negociações e volume de receita nos três primeiros meses do ano.
“Arrisco dizer que a Boa Safra é a empresa mais sazonal da bolsa. Esperamos uma geração de Ebitda no 1T23, mas não é isso que fará diferença nos resultados da companhia”.
Na visão do analista, a carteira de pedidos da empresa, que será publicada junto ao balanço, pode ajudar a entender o crescimento da receita para o ano. “Esperamos um crescimento de 20% na carteira de pedidos”, diz.
Para Fonseca seria interessante entender fatores como comercialização, mercado e projeções de crescimento para soja.
“Em termos de trimestre, essas questões mais operacionais, de como a empresa está, são mais importantes do que os resultados em si, porque em questão de resultados, é um trimestre praticamente vazio”, comenta.
Redução do preço-alvo para Boa Safra
Na semana passada, a corretora cortou o preço-alvo da ação da companhia. Segundo Fonseca, a redução, acompanhada da manutenção de compra para ação, acontece por três fatores:
- Aumento do custo de capital, por conta das taxas de juros mais elevadas;
- Aumento da participação de sementes TSI (Tratamento Industrial De Sementes) na receita da companhia, que não foi acompanhado por um crescimento na margem Ebitda;
- Queda das margens da empresa após o aumento da participação de grãos
“Apesar desses fatores, nós continuamos positivos com a tese da Boa Safra. Somos bem positivos quanto ao agro do Brasil, na média dos últimos 10 anos, o país cresceu 1,5 milhão de hectares de área plantada com soja por ano, e esperamos que nos próximos anos essa média se mantenha, e com o incremento de área plantada, aumenta a demanda por semente de soja”, explica.
Dessa forma, Fonseca destaca também o avanço tecnológico do Brasil, que deve se converter em maior produtividade nas próximas temporadas, e a queda dos insumos, que na sua visão, abre espaço para os produtores investirem em sementes.
Balanço para Boa Safra
Acima disso, Fonseca enxerga a Boa Safra com uma característica única. “A Boa Safra combina crescimento com qualidade, com a entrega de um forte crescimento e um balanço extremamente alavancado. Assim, esperamos uma forte geração de caixa para os próximos anos com um incremento no Ebitda, com um CAGR de quase 20% até 2025, explica.
Na avaliação do analista, a empresa não é só um investimento no longo prazo. “No curto prazo, os resultados tendem a avançar com aumento de faturamento, geração de caixa e de Ebitda para esse ano. Os próximos anos tendem a ser de crescimento”, pontua.