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BNP não financiará mais empresas que exploram terras desmatadas da Amazônia

15 fev 2021, 13:29 - atualizado em 15 fev 2021, 13:29
A decisão do BNP Paribas enviou uma mensagem contundente a empresas que negociam commodities na região (Imagem: Reuters/Benoit Tessier)

Maior banco da França, o BNP Paribas prometeu nesta segunda-feira parar de financiar empresas que compram gado ou soja produzidos em terras amazônicas desmatadas ou convertidas depois de 2008.

O banco também disse que incentivará clientes a não comprarem ou produzirem carne bovina ou soja oriundos do Cerrado, que ocupa 20% do Brasil, só financiando aqueles que adotarem uma estratégia de desmatamento zero até 2025.

Grupos ambientalistas disseram que a decisão do BNP Paribas enviou uma mensagem contundente a empresas que negociam commodities na região, mas pressionaram por ações mais rápidas.

“Instituições financeiras expostas ao setor agrícola do Brasil precisam contribuir para esta luta contra o desmatamento. Este é o caso do BNP Paribas”, disse o banco em um comunicado.

A carne bovina e a soja são produtos vistos como catalisadores do desmatamento.

O crescimento populacional e as classes médias em expansão rápida em países como a China estimulam uma explosão de demanda por soja e aumentam o consumo de carne e laticínios.

Alguns cientistas alertam que a floresta amazônica, que se estende por nove países, ruma para uma espiral mortal, já que o desmatamento prossegue aceleradamente.

Uma área da floresta tropical amazônica do tamanho de Israel foi derrubada no ano passado, de acordo com a entidade Amazon Conservation.

Metade do Cerrado já foi derrubado e é um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta, disseram quatro ONGs ambientalistas em um comunicado conjunto.

“O BNP Paribas está dando mais cinco anos para os negociantes derrubarem florestas impunemente”, disse Klervi Le Guenic, do Canopée –Forêts Vivantes.

No mês passado, o BNP e outros bancos de empréstimos europeus, como Credit Suisse e Dutch Bank ING, comprometeram-se a parar de financiar o comércio de petróleo cru do Equador graças à pressão de ativistas que almejam proteger a Amazônia.