BusinessTimes

BNDESPar vende ações e zera participação acionária na Vale

23 fev 2021, 8:44 - atualizado em 23 fev 2021, 8:44
BNDES
“O banco aproveitou o momento favorável”, disse uma das fontes sobre a última venda de ações. O BNDES era acionista da mineradora desde a privatização da companhia (Imagem: REUTERS/Nacho Doce)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) zerou sua participação na mineradora  Vale (VALE3), ao vender quase 120 milhões de ações que detinha na empresa em operações que levantaram 11,2 bilhões de reais, disseram à Reuters três fontes com conhecimento do assunto.

O movimento, realizado por meio do BNDESPar, braço de participações do banco estatal, ocorre enquanto o BNDES busca se desfazer de ações que possui em diversas empresas para levantar recursos.

O banco já havia realizado transações anteriores inclusive com papéis da Vale. Em novembro, uma venda em bloco de ações da empresa levantou 2,54 bilhões de reais.

“O banco aproveitou o momento favorável”, disse uma das fontes sobre a última venda de ações. O BNDES era acionista da mineradora desde a privatização da companhia.

Uma segunda fonte disse que as vendas de papéis ocorreram entre novembro e a última segunda-feira. “Zeramos…desde agosto do ano passado, quando iniciamos as vendas de Vale, e hoje, foram 24 bilhões de reais”, afirmou, também sob a condição de anonimato.

Procurado, o BNDES não respondeu de imediato a um pedido de comentários.

No radar do banco, que tem buscado retomar sua estratégia de desinvestimentos, estavam possíveis operações com ações detidas na Petrobras (PETR3PETR4), mas a queda dos papéis após o presidente Bolsonaro ter indicado um novo CEO para a companhia na última sexta-feira colocou o projeto em compasso de espera, disseram as fontes.

“É esperar a turbulência passar e não realizar perdas”, afirmou a primeira fonte.

As ações preferenciais da Petrobras desabaram 21,51% na segunda-feira, voltando para níveis de novembro do ano passado, enquanto as ordinárias caíram 20,48%, depois de preocupações no mercado com a indicação de Joaquim Silva e Luna para a presidência da estatal.