BNDES com lucro de ‘bancão’ e disposto a ajudar com as contas públicas; veja os números e o que diz o presidente da instituição
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro de R$ 19 bilhões no período entre janeiro e setembro deste ano, um salto de 31,4% em relação ao mesmo período em 2024, conforme informou a entidade nesta segunda-feira (11),
Já o lucro recorrente foi de R$ 9,8 bilhões nos nove meses do ano, uma alta de 48,5% frente o mesmo período no ano anterior.
O ROE (retorno sobre o patrimônio) total foi de 18,0% até setembro, um aumento de 3 pontos percentuais em relação ao mesmo período em 2023. Já o ROE recorrente foi de 9,2% no mesmo período, uma alta de 2,4 pontos percentuais
As consultas para financiamentos somaram R$ 258,9 bilhões em nove meses, aumento de 30% ante o mesmo período de 2023, enquanto os desembolsos subiram 15%, atingindo R$ 87 bilhões.
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O Índice de Basileia, indicador que mostra o nível de capital que o banco tem disponível para fornecer crédito, cresceu para 31,9%. Vale lembrar que o mínimo estabelecido pelo Banco Central é um índice de 11%, ou seja, o BNDES tem mais de 20 pontos percentuais de folga na relação entre o seu nível de capital e a carteira de crédito.
A inadimplência do banco, que durante a pandemia de Covid-19 chegou a patamares próximos de 0,3%, voltou aos níveis históricos, ficando muito próxima de zero.
“Principalmente o BNDES cresce aonde ele atua: spread de operação de crédito e desenvolvimento e apoio à economia brasileira”, afirmou Alexandre Abreu, diretor financeiro e de mercado de capitais do BNDES, em coletiva de imprensa.
A carteira de participações societárias chegou a R$ 81,7 bilhões no terceiro trimestre de 2024. Conforme a apresentação, a carteira se valorizou 30% desde o quarto trimestre de 2022. De janeiro de 2023 a setembro de 2024, foram recebidos R$ 15,2 bilhões em dividendos e juros sobre o capital próprio, sendo R$ 13,5 bilhões da participação que a empresa tem em Petrobras (PETR4), que responde por metade das ações detidas pelo BNDESPar
“Portanto, foi uma decisão acertada manter a carteira de participações do BNDES”, defende Abreu.
Presidente do BNDES afirma que há esforço para ajudar no fiscal
Questionado sobre o atual quadro fiscal e as medidas que devem ser anunciadas para corte dos gastos públicos, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, defendeu que as decisões tomadas não podem anular a política de investimentos do governo federal.
“Nós precisamos ter uma trajetória de decrescimento das despesas obrigatórias que não anule o investimento, porque é isso que vai acontecer. Você precisa preservar o investimento, e precisa muito do investimento público para alavancar o privado”, declarou.
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Ele diz que confia que a equipe econômica, e disse que o BNDES vai auxiliar no cumprimento do arcabouço fiscal.
“Nós temos o terceiro melhor resultado do sistema financeiro. São R$ 19 bilhões de lucro, mas estamos mandando para o Tesouro R$ 25 bilhões em dividendos. É um esforço muito grande que o banco está fazendo para contribuir com o superávit, para o equilíbrio orçamentário, para reduzir o endividamento do país. Mas esse patamar não é sustentável. Estamos fazendo um esforço extraordinário para ajudar o arcabouço fiscal”, pontou.
Mercadante estima que o banco deve contribuir com repasses de R$ 34,3 bilhões na busca do governo pelo déficit fiscal zero em 2024. O valor inclui o pagamento de impostos, dividendos (inclusive de períodos anteriores) e lucro estimado para este ano que devem ser repassados ao Tesouro Nacional.