BNDES aprova linha de capital de giro vinculada à estocagem de etanol
A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou nesta quinta-feira um programa de crédito para capital de giro vinculado à estocagem do etanol, uma reivindicação do setor sucroalcooleiro junto ao governo para atravessar a crise do coronavírus.
Com dotação de 1,5 bilhão de reais, o Programa BNDES de Apoio ao Setor Sucroalcooleiro disponibilizará crédito de 10 milhões e 200 milhões de reais, limitados a 50% do valor do financiamento, e estará disponível para empresas, cooperativas e empresários individuais com receita operacional bruta igual ou superior a 300 milhões de reais.
O financiamento poderá ser obtido diretamente com o BNDES, de forma indireta (via agentes financeiros) ou mista.
“A ação conjunta com bancos comerciais pode elevar o apoio ao setor, portanto, a mais de 3 bilhões de reais”, afirmou em nota o BNDES, acrescentando que, em cada financiamento, “os bancos comerciais terão de oferecer pelo menos o mesmo valor” da instituição de fomento.
O setor de combustíveis foi um dos mais afetados pela crise, uma vez que houve queda de demanda e de preços, devido às medidas que limitaram as locomoções.
As cotações do etanol hidratado, contudo, tiveram uma ligeira recuperação em relação aos cerca de 1,30 real por litro (na usina) vistos no início de abril, para cerca de 1,50 real/litro em média em São Paulo.
Mas ainda estão abaixo dos mais de 2 reais/litro vistos antes de a pandemia ganhar força, segundo dados do centro de estudos Cepea.
Segundo o BNDES, o prazo de pagamento do financiamento é de até dois anos, com carência que pode chegar a 12 meses.
Os pedidos para apresentação dos estoques de combustível como garantia dos empréstimos poderão ser protocolados até 30 de setembro.
“Como incentivo à preservação dos empregos, as companhias apoiadas não poderão reduzir seu quadro permanente de pessoal durante dois meses. Além disso, as que mantiverem ou aumentarem os postos de trabalho nos próximos 12 meses terão um custo mais barato”, disse a instituição, sem detalhar.
O setor sucroenergético é responsável por 1 milhão de empregos no interior do país e pela geração de 10 bilhões de dólares em exportações por ano, segundo o BNDES.