BlueBenx começa reestruturação; clientes que processaram corretoras não serão pagos
A BlueBenx, empresa cripto, anunciou o início de seu plano de recuperação nesta quarta-feira (24). Conforme comunicado, a empresa irá iniciar o pagamento de parte dos clientes que haviam solicitado saques até o último dia 25 de julho.
“A empresa utilizará os recursos oriundos da negociação de ativos físicos e de sistemas da companhia. Ao todo, cerca de 150 clientes serão restituídos com o valor máximo de R$ 2 mil, entre os 404 clientes que haviam solicitado a retirada até dia 25 de julho”, diz o comunicado.
A empresa também ressalta no comunicado que os clientes que ingressam com ação na esfera judicial contra a empresa estão fora da lista de pagamento e, a princípio, terão sua situação resolvida perante a Justiça.
Essa leva de pagamentos deve acontecer até o dia 15 de setembro por meio de um parceiro intermediário não informado.
“A BlueBenx usa os bloqueios que sofreu em suas contas bancárias pela Justiça desde o dia 19 de agosto como justificativa para usar um parceiro terceirizado. Na decisão, o juiz do caso alegou que no caso das operações da companhia “tudo indicava se tratar de uma fraude”.
Dentre os clientes prejudicados que o Crypto Times entrou em contato, nenhum havia recebido até o momento.
Um dos clientes afetados – que pediu para não ser identificado – disse ao Crypto Times que recebeu no dia anterior (23) uma ligação de uma funcionária da BlueBenx.
O cliente disse que foi informado que o dinheiro que havia tentado sacar, e sumido de sua conta na BlueBenx, iria ser estornado nas próximas horas.
“Eu fui verificar hoje, e não havia retornado, liguei novamente e falei com a mesma atendente que me informou que iria retornar nos próximos dias”, diz.
O cliente comenta que possuía R$ 750 mil e quando descobriu da suspeita de hacker tentou fazer três saques, dois no valor de R$ 49.999 e outro de R$ 49 mil.
Segundo o cliente, o valor saiu da conta da empresa, mas não caiu em sua conta pessoal.
A empresa informou que negocia ativos e irá pagar cerca de 150 usuários que solicitaram saques até 25 de julho, mas que os valores pagos estão limitados em até R$ 2 mil por cliente.
“A BlueBenx vem fazendo o passo a passo do seu plano de reestruturação, que visa abrir mão de ativos físicos e de sistemas que neste momento não são prioridade no nosso modelo de negócio. A empresa tinha programado a elaboração da reestruturação no prazo de 180 dias, mas felizmente vamos conseguir iniciar os pagamentos em pouco mais de um mês. Isso reforça a nossa sinalização ao mercado de que estamos extremamente empenhados em honrar todos os compromissos de uma maneira ágil e transparente”, detalha Roberto Cardassi, CEO da BlueBenx.
O executivo esclarece ainda que os primeiros pagamentos dessa leva de clientes serão realizados até o dia 15 de setembro (10º dia útil) e será efetuado por meio de um intermediário parceiro, visto que a empresa encontra-se com as contas bloqueadas pela Justiça desde o dia 19 de agosto.
Devido ao suposto golpe sofrido, Cardassi diz que a BlueBenx precisou travar os saques, depósitos e transferências no último dia 11 de agosto, a fim de evitar novos problemas aos clientes.
“Vamos começar a honrar esses compromissos e, além disso, já estamos trabalhando junto ao poder judiciário para derrubar a liminar que bloqueou as nossas contas. Em caso de êxito, poderemos ampliar o pagamento junto aos demais clientes”, explica Cardassi.
Token BENX
Além disso, a empresa reforça que vem trabalhando em seus novos pools de liquidez e irá realizar um hard fork que tem como objetivo corrigir as falhas de segurança no token Benx, além de buscar reverter e invalidar as transações fraudulentas realizadas.
“O plano de recuperação da BlueBenx passa por nosso token e por isso faz-se necessário a realização do fork. Tão logo esses valores sejam levantados, a empresa irá utilizá-los para cumprir com demais obrigações com clientes e o mercado”, finaliza o CEO.
Suposto hacker da BlueBenx
A narrativa da empresa acerca dos travamentos é a de que foi vítima de um ataque hacker. Durante o mês de julho, a BlueBenx diz ter sido alvo de golpistas que se passaram por representantes da corretora cripto Bitrue em meio a uma negociação de listagem do seu próprio token, o Benx.
Os supostos representantes exigiram um pagamento de US$ 200 mil, além do envio de 25 milhões de unidades do token Benx, como requisito para listar o ativo na empresa de comércio e negociação de criptoativos, conforme a empresa.
“Por conta dessa situação, a BlueBenx tomou medidas impopulares e, por ordem de segurança e também para trazer garantias aos investidores, realizou a demissão de parte dos colaboradores e fornecedores com acesso privilegiado, como forma de limitar o acesso às contas. Essa decisão ocorreu para que o Comitê de Gestão de Crise pudesse efetuar diligências de investigação de processos internos e externos sem quaisquer conflitos de interesse. Além disso, a empresa abriu mão de sua sede e ativos físicos para poder cumprir com suas obrigações legais e contratuais com seus clientes”, finaliza o comunicado.
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