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Bloqueios nas rodovias já impactam supermercados, farmácias e combustíveis

01 nov 2022, 17:02 - atualizado em 01 nov 2022, 17:02
De acordo com atualização da Polícia Rodoviária Federal, os pontos de interdição, bloqueios ou manifestações subiram de 206 para 235. (Imagem: REUTERS/Roosevelt Cassio)

Desde a madrugada de segunda-feira (31), após a confirmação da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente, grupos de caminhoneiros pró-Bolsonaro estão organizando bloqueios nas rodovias em todo o país.

De acordo com a última atualização da Polícia Rodoviária Federal (PRF), divulgada por volta das 16h35, os pontos de interdição, bloqueios ou manifestações subiram de 206 para 235.

Apesar do pouco tempo, o tumulto já está afetando a vida dos brasileiros. De acordo com João Galassi, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o setor já registra dificuldades de abastecimento em função das paralisações.

Ontem, o segmento de frigoríficos já havia sinalizado que poderia sofrer dificuldade com o transporte de animais para abate e a distribuição de carne aos consumidores.

Já a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) afirma que aguarda a liberação das estradas pelos caminhoneiros o mais breve possível, em prol do restabelecimento da normalidade do abastecimento nacional.

Segundo a instituição, os bloqueios já causam falta de combustível em alguns postos no Sul e Centro-Oeste.

Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), afirmou em entrevista para a CNN que a situação já é crítica nos aeroportos, que estão sem receber combustível. Além disso, pelo menos, 500 passageiros não conseguiram chegar ao aeroporto de Guarulhos e perderam seus voos.

Ainda no setor de transportes, as rodoviárias do Tietê (SP) e Novo Rio (RJ) interromperam a venda de passagens.

O setor farmacêutico e de saúde também já se pronunciaram.

Uma carga com mais de 500 mil ovos usados para produção de vacinas contra a gripe, produzida pelo Instituto Butantan, está presa no bloqueio no interior de São Paulo. O prejuízo na produção é de 1 milhão e meio de doses.

O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) também recebeu relatos de cargas de medicamentos presas nos bloqueios. Nelson Mussolini, presidente da entidade, afirma que está com dificuldade de estabelecer um diálogo com o grupo e conseguir um acordo.

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