Bloqueios nas estradas completam 1 mês: Entenda os impactos na economia e até quando eles podem durar

Os bloqueios nas estradas completam um mês nesta quarta-feira (30). As manifestações começaram no domingo, dia 30 de outubro, no Mato Grosso.

No dia seguinte, os dois sentidos da Via Dutra foram interditados e havia registros de bloqueios em pelo menos seis estados.

Os três primeiros dias de novembro foram os de maior impacto para a economia, mas até hoje há desdobramentos do movimento que começou após o resultado das eleições.

Na última sexta-feira (25), manifestantes interditaram o acesso ao aeroporto de Viracopos, em Campinas.

Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management, comenta que os bloqueios pelas estradas continuam acontecendo no Brasil. “Esses bloqueios prejudicam as cidades vizinhas com falta de suprimentos nas localidades”, explica.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apurou que as perdas diárias para o comércio com os bloqueios podem gerar um prejuízo maior que R$ 1,8 bilhão, a partir de cálculos registrados em 2018, quando houve a paralisação dos caminhoneiros no país.

Caso os bloqueios continuem e se intensifiquem, aponta Gonçalvez, será possível ver semelhanças nos acontecimentos de 2018, ou até piores, “como o aumento da inflação no período das paralisações e faltas de suprimentos nas cidades vizinhas”.

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André Prado, CEO da BBM Logística (BBML3), explica que o impacto maior foram nos primeiros dias de novembro e nas regiões Sul e Centro-Oeste do país.

Segundo o CEO, os bloqueios afetaram de forma importante o modelo operacional nesses dias. “Houve impactos bem relevantes nesse período, chegando a afetar quase metade da operação de alguns segmentos nossos”, conta Prado.

Apesar disso, ele avalia que, como o período de maior impacto foi curto, “o número total [do mês] não vai ser altamente alterado”.

Para o empresário, o cálculo das consequências dos bloqueios envolve, principalmente, a quantidade de produtos em estoques nos mercados. “Quando falamos de produtos que tem estoques muito baixos ao destinatário final, ou nem tem, há um impacto direto na economia”, explica.

Até quando?

Atualmente, passados 30 dias do início dos bloqueios, Prado explica que a operação da empresa já está normalizada.

“Neste momento, a gente não pensa mais em paralisação, estamos focando na retomada da economia, em recuperação e crescimento do negócio”, conclui o CEO.

Fabrício Gonçalvez, por outro lado, não consegue calcular até quando [os bloqueios] poderão durar.

“O que poderia motivar o fim das paralisações seria um pronunciamento do atual presidente [Jair] Bolsonaro“, avalia.

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