Blog do PQ?: Política monetária e Copom – não seria hora de reduzir a Selic?
Semana passada, a diretoria do Banco Central se reuniu e decidiu manter a taxa Selic como está, em 6,5%. Por quê?
Haveria motivos para uma redução na taxa. A economia vai mal das pernas, com desemprego elevado e crescimento que titubeia mas não volta. Tudo quanto é investimento em compasso de espera. Mais: a inflação está baixa e não parece haver riscos de que a meta de 4,25% não seja alcançada em 2019 (o mesmo valendo para a meta de 4% para 2020). Daí a dúvida natural: por que o Banco Central não dá uma força reduzindo a taxa básica de juros?
Até poderia ter dado, na visão de muitos. Nós do PQ? ainda cremos em uma redução da Selic em 2019, mesmo que modesta. Um ano novo com uma taxa de 5,75% (hoje ela é de 6,5%) é o nosso cenário mais provável. Mas é importante ressaltar que reduções modestas da Selic – e é disso que falamos – com a taxa já num patamar historicamente baixo não irão nos salvar de um crescimento medíocre.
O que o país precisa é de um rumo seguro, certeiro, com reformas econômicas a todo vapor e estabilidade política. Esses são os ingredientes para uma retomada mais sólida.
Outro ponto relevante: é natural que todo novo presidente do Banco Central seja inicialmente mais durão do que as condições inflacionárias pediriam, para estabelecer sua credibilidade logo de saída. Estrategicamente, portanto, faz sentido adiar um pouco a decisão de afrouxar o garrote monetário (que, a propósito, não está apertado). Mas, com uma expectativa de inflação rondando os 3,5%, cremos que essa redução virá mais cedo do que tarde.