Blockchains podem ser usados para rastrear drones que levam suprimentos médicos
Entregas comerciais com drone estão se tornando um negócio sério, mas ainda enfrenta desafios técnicos relacionados ao compartilhamento de dados e confiança.
Blockchains podem ajudar nisso, de acordo com relatório publicado pelo Departamento de Transportes (DOT, na sigla em inglês) dos EUA no dia 15 de abril.
Empresas e governos em todo o mundo estão usando sistemas de veículos aéreos não tripulados (VANTs) para entregar produtos essenciais, como medicamentos.
Por exemplo, em 2019, Gana lançou o maior serviço de entregas de medicamentos por drones do mundo, que realiza até 600 voos imediatos por dia para duas mil unidades de saúde espalhadas em todo o país.
“O número de diversos VANTs e as várias operações em que estão ou poderão estar envolvidos em breve tornam esse sistema aéreo bem-adequado à confiança e integridade operacional fornecida por blockchains”, afirma o relatório do DOT, escrito por um grupo de contribuidores liderado pelo engenheiro Seamus McGovern do Centro Nacional de Sistemas de Transporte John A. Volpe.
O site do departamento descreve o relatório como “um estudo de alto nível das operações de sistemas de veículos aéreos não tripulados que podem se beneficiar da aplicação de conceitos de blockchain”.
Uma “caixa-preta baseada em blockchain”, por exemplo, pode fornecer dados para ajudar investigadores a entender o que um drone estava fazendo antes de cair ou falhar.
O relatório destaca que a IBM obteve uma patente para um sistema que usa blockchain para ajudar controladores de tráfego aéreo a informarem o caminho de voo de cada drone e, até mesmo, fornecer uma resposta em tempo real caso o drone se aproxime demais de uma zona aérea restrita.
Dando um exemplo mais concreto, imagine um drone que deveria entregar um órgão humano para um transplante. Isso já aconteceu: em 2019, um drone entregou um rim que, então, foi transplantado com sucesso na Universidade de Maryland.
Um caminho de cerca de 4 km pela cidade de Baltimore foi feito pelo drone em dez minutos, enquanto uma viagem de carro demoraria entre 15 e 20 minutos.
“O tempo não é apenas um problema, mas uma outra preocupação é que o hospital receptor não sabe o caminho do órgão” e essa falta de esclarecimento pode resultar em atrasos desnecessários, de acordo com o relatório.
Na teoria, acrescentar blockchain ao processo permitiria que todas as entidades envolvidas — controladores de tráfego aéreo, o operador do drone, o próprio drone, o hospital que fornece o órgão e o hospital que receberá o órgão — rastreiem um conjunto importante de dados compartilhados.
Eles podem ter diversos níveis de acesso ao registro, que pode rastrear a posição do drone, sua rota prevista, o status do combustível e informações fundamentais sobre o próprio órgão e seu reservatório.
“Nesse estudo de caso, não apenas uma gama de informações valiosas estará imediatamente disponível, mas também é confiável, o que é fundamental tanto para as operações aéreas como para os procedimentos médicos”, conclui o relatório.
Confira, abaixo, em inglês, o relatório “Blockchain para Veículos Aéreos não Tripulados”: