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Blockchain Beam terá segunda bifurcação para melhorar privacidade de transações

26 jun 2020, 10:08 - atualizado em 26 jun 2020, 10:08
Beam passará por sua grande bifurcação no próximo domingo (28) para garantir mais recursos de anonimidade e privacidade para seus usuários (Imagem: Twitter/Beam Privacy)

Após sua primeira bifurcação drástica (ou “hard fork”) bem-sucedida em agosto de 2019, o blockchain com foco em privacidade Beam irá realizar sua segunda bifurcação neste domingo (28).

Bifurcação é uma atualização do protocolo que exige que usuários atualizarem para a versão mais recente da plataforma para que blocos e transações antigos não estejam inválidos e tenham acesso a novos recursos e serviços.

A bifurcação apresentará um novo algoritmo de hashing, além de uma atualização com foco no setor de finanças descentralizadas (DeFi) que permitirá que usuários emitam ativos confidencialmente.

O blockchain Beam foi lançado no dia 3 de janeiro de 2019 para coincidir com o décimo aniversário do bloco gênese do Bitcoin.

Atualmente, o ativo BEAM possui uma capitalização de mercado de US$ 33 milhões e é negociado a US$ 0,51, com um crescimento de 34,5% no último mês.

Os pares de negociação mais populares para o BEAM são BEAM/BTC e BEAM/USDT. O ativo pode ser comprado e vendido em corretoras como Binance e Gate.io.

BEAM é uma criptomoeda com foco em privacidade, como monero (XMR) e zcash (ZEC), e é baseada em um protocolo de privacidade conhecido como MimbleWimble (MW).

O modelo de privacidade da Mimblewimble

O nome MimbleWimble é uma referência ao feitiço de trava-línguas da série de livros Harry Potter e seu whitepaper foi escrito pelo anônimo Tom Elvis Jedusor, tradução em francês do nome do vilão da série, Voldemort.

MimbleWimble é um protocolo criado para ser escalável e privado para fornecer transações anônimas (Imagem: MimbleWimble)

O protocolo MW usa a arquitetura original do Bitcoin e remove partes do blockchain, como scripts, em conformidade com princípios da CoinJoin.

CoinJoin fornece um método sem necessidade de confiança (“trustless”) para combinar múltiplos pagamentos em bitcoin de inúmeros remetentes, tornando difícil descobrir qual remetente está enviando para quais destinatários. Esse estilo de transação foi originalmente proposto por Greg Maxwell em 2013.

MW foi criado para ser escalável e privado. Foi comprovado que alguns recursos de privacidade em blockchains, como “ring signatures” (“assinaturas circulares”) usadas por monero, bem como provas de conhecimento-zero usadas pelo zcash, acrescentam recursos criptográficos extras para suas redes blockchain que torna mais difícil a escalabilidade.

Escalabilidade é a capacidade de um sistema ou rede se ampliar e fazer a gestão da crescente demanda.

O blockchain Beam também permite que usuários escolham o nível de privacidade.

O whitepaper do Beam fornece detalhes sobre uma solução que mantém a menor quantidade possível de informações sobre as transações no registro público, uma tentativa de evitar análises futuras e reduzir a chance de apresentar informações pessoalmente identificáveis.

A bifurcação do blockchain Beam acontecerá na altura do bloco 777.777 e apresentará novos recursos, como a emissão de ativos confidenciais e pagamentos unilaterais (Imagem: Twitter/Beam Privacy)

Beam realizou sua primeira bifurcação bem-sucedida em 19 de agosto de 2019. Essa bifurcação alterou o algoritmo de mineração, de Beam Hash I para Beam Hash II, e aconteceu no bloco de número 321.321. A atualização também apresentou um novo sistema de taxas e suporte para temporizadores relativos.

O blockchain Beam passará por sua segunda grande bifurcação no bloco de número 777.777, previsto para o dia 28 de junho.

A bifurcação, anteriormente discutida no roteiro de desenvolvimento (roadmap) do primeiro trimestre, apresentará uma atualização do algoritmo proof-of-work (PoW), de Beam Hash II para Beam Hash III. Mais detalhes sobre esse novo algoritmo serão divulgados quando a bifurcação estiver prestes a acontecer.

A bifurcação também ativará o suporte para o protocolo Lelantus do MimbleWimble, ativação de suporte para pagamentos unilaterais, além da emissão de Ativos Confidenciais, que permitirão a criação de um número arbitrário de novos tipos de ativos no mesmo blockchain.

O sistema de ativos confidenciais gera um par de chaves públicas e privadas para novos tipos de ativos, em que cada chave pública atua como uma etiqueta no ativo.

O emissor de cada ativo específico gerencia a chave privada e possui acesso a metadados específicos sobre o ativo, como seu fornecimento total, e controla sua emissão e cronograma de queimas.

Os novos ativos confidenciais beneficiarão o ecossistema DeFi pois serão facilmente negociáveis por meio de trocas atômicas, tanto com BEAM como para outros ativos suportados, direto da carteira de clientes (Imagem: Medium/Beam Privacy)

A equipe do Beam também declarou que usuários poderão aplicar outras regras para diferentes tipos de tokens, permitindo a criação de ativos autônomos (“smart assets”), bem como uma variedade de aplicações para o Beam, incluindo modelos confidenciais de Finanças Descentralizadas (DeFi).

A quantidade necessária de BEAM para criar um ativo confidencial será de 3 mil BEAMs.

A implementação do protocolo Lelantus que será usado pelo blockchain Beam é baseada no estudo disponível por Aram Jivanyan, criptógrafo da Zcoin. A versão Beam do Lelantus foi criada para solucionar um problema de ligação de transações (“linkability”) do MimbleWimble.

Em sua forma original, transações no MW são publicadas para um pool de transações não confirmadas. As transações de entrada e saída ainda são visíveis quando ainda não foram confirmadas.

Mineradores devem criar blocos de transação de uma forma que permita que transações escondam algumas dessas informações.

O bloco confirmado terá um número menor de transações de entrada e saída misturadas para tornar difícil o reconhecimento de todos os detalhes de uma transação específica. Porém, é possível que qualquer um continue registrando todas as transações do pool de transações não confirmadas.

Diferente do CoinJoin, no qual MW é baseado, o artigo científico do Lelantus sugere a permissão de pagamentos diretos e anônimos onde usuários podem pagar um ao outro ao esconderem as origens e quantias de sua transação.

Existem algumas diferenças entre a implementação original do Lelantus na Zcoin, como o suporte para ativos confidenciais e valores ocultos de transações.

Lelantus também é a base para o sistema unilateral de pagamentos que será implementado na próxima bifurcação. Isso tornará diferenciáveis os pagamentos na Beam apenas ao beneficiário, mas não aos outros.

Após a altura de bloco 777.777 for atingida, usuários do Beam terão de atualizar para a versão 5.0 de suas carteiras BEAM.

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