BlackRock prefere mercados asiáticos com maior exposição à China a outros emergentes
A maior gestora de recursos do mundo aposta que alguns dos mercados asiáticos mais dependentes da recuperação da China e com margem para políticas devem apresentar melhor desempenho do que seus pares ao longo do próximo ano.
A BlackRock (BLK), que administra US$ 6,47 trilhões em ativos globais, projeta que ações e títulos na China e seus parceiros comerciais, como Coreia do Sul, Japão e Taiwan, terão melhor desempenho do que mercados emergentes globais nos próximos seis a 12 meses, de acordo com Ben Powell, estrategista-chefe de investimentos para Ásia-Pacífico do BlackRock Investment Institute, uma unidade da gestora.
Esses países têm capacidade de implementar políticas para fazer mais, se necessário, e uma exposição mais direta à economia chinesa, que parece estar se recuperando muito bem, disse Powell em entrevista.
“Economias que são voltadas para essa combinação de políticas, recuperação da China” e forte tecnologia terão desempenho relativamente melhor, acrescentou.
Uma variedade de dados econômicos da China continental sinaliza recuperação econômica após as paralisações causadas pelo coronavírus.
Os lucros de empresas industriais chinesas subiram em maio pela primeira vez desde novembro, enquanto as vendas de veículos cresceram pelo terceiro mês consecutivo em junho. São bons sinais para os principais parceiros comerciais da China na região, incluindo Japão e Coreia.
Embora o banco central da China tenha começado a desacelerar o ritmo de flexibilização monetária, a BlackRock disse que o país – e alguns de seus parceiros comerciais – ainda tem mais munição a ser empregada em comparação com algumas contrapartes globais. O índice CSI 300 subiu 5,7% na segunda-feira, o maior ganho desde fevereiro de 2019.
“É claro que a China ainda tem uma taxa de juros significativamente positiva tanto real quanto nominal, o que é relativamente raro globalmente”, disse Powell. “A China, se necessário, tem capacidade de fazer mais em termos de medidas monetárias e fiscais.”
A BlackRock disse que a diferenciação prevalecerá nos ativos de risco da região em meio a níveis variados de reabertura econômica e margem para políticas.
A gestora rebaixou a recomendação de overweight para taticamente neutra para ações asiáticas e renda fixa, citando novas tensões entre EUA e China.
A empresa agora está underweight em mercados emergentes e melhorou a recomendação para ações do Japão de underweight para neutra na alocação global.
“Acreditamos que o Japão está bem posicionado, a partir de uma ampla perspectiva de políticas, para se recuperar de maneira relativamente rápida do impacto do vírus”, disse Powell.
“A combinação de apoio de políticas domésticas, uma experiência de vírus relativamente benigna e recuperação econômica global” pode ajudar o desempenho das ações no Japão, afirmou.