Itaúsa (ITSA4): BlackRock embolsa ações

A BlackRock elevou sua participação acionária na Itaúsa (ITSA4) para 5,075%, mostra documento enviado ao mercado nesta segunda-feira (7).
Com isso, a gestora passará a deter 361 milhões de papéis na companhia.
“O objetivo das participações societárias acima mencionadas é estritamente de investimento, não objetivando alteração do controle acionário ou da estrutura administrativa da companhia”, mostrou.
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Itaúsa sobe no ano
A Itaúsa vive um bom momento na bolsa, com alta de 8% no ano, puxado pelo Itaú, que sobe 12%.
Analistas voltaram os olhares para holding. A Genial colocou a companhia como a melhor ação para se ter no setor financeiro.
Segundo os analistas, a empresa está com desconto excessivo em relação à sua soma das partes (SOTP) representa uma oportunidade atrativa de compra.
A equipe de analistas liderada por Eduardo Nishio calcula um dividend yield (retorno de dividendos) 21% superior ao do próprio Itaú. O preço-alvo para a ação é de R$ 12,73, o que representa um potencial.
Somado a isso, chama a atenção dos analistas a iminente eliminação da ineficiência fiscal aprovada na reforma tributária, que deverá extinguir os tributos PIS e COFINS que a empresa recebe das investidas a partir de janeiro de 2027, com a aprovação da Lei Complementar 204/23;
“Acreditamos que o desconto entre seu market cap e o valor justo da holding deve se estreitar à medida que o mercado comece a precificar o fim da distorção fiscal — reforçado por nossa visão construtiva sobre o Itaú, sua principal investida, que até então ocupava nossa principal recomendação no setor”, avalia a Genial.
Os analistas calculam que o desconto da Itaúsa gira em torno de 25%, acima da média histórica de 21%, mesmo com o horizonte claro de encerramento da ineficiência gerada pela incidência de PIS/Cofins sobre os proventos de juros sobre o capital próprio (JCP), que representou um custo estimado de R$ 780 milhões em 2024.
CEO já havia cantado a bola
Em teleconferência de resultados, o CEO da Itaúsa, Alfredo Setubal, já havia cantado a bola. Ele disse que a Itaúsa negocia com desconto de holding de 25%, que considerando outras companhias de capital fechado do grupo, como Copa Energia e Aegea, poderia chegar a 28%.
Esse desconto existe a partir da soma das partes das empresas investidas (Itaú (ITUB4), Alpargatas (ALPA4), Dexco (DXCO3), CCR (CCRO3), etc) em relação ao valor de mercado da Itaúsa. Hoje, a companhia vale R$ 103 bilhões na bolsa e acumula alta de 10% no ano.
“O desconto, o valor de mercado da Itaúsa é menor do que a participação dela no Itaú, fora as outras participações que a gente tem nas outras empresas investidas no setor não financeiro, então o desconto é muito alto”, afirma.
Mas para o CEO, o desconto deveria ser abaixo de 20%. Ainda mais se levar em conta a fim da ineficiência fiscal. “Então isso tudo somado deveria levar um desconto menor, mas enfim, o mercado tem lá suas razões que a gente não sabe explicar”.