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Veja as 8 ações que estão na mira da BlackRock, Cingapura e Bradesco

01 abr 2020, 14:16 - atualizado em 01 abr 2020, 18:45
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Magnatas brasileiros também aproveitam a turbulência recente para comprar ações (Imagem: Reuters/Rahel Patrasso

A BlackRock está entre os fundos e magnatas em busca de pechinchas na bolsa brasileira.

A empresa de investimento global aumentou posições em quatro companhias brasileiras acima de 5% no mês passado, segundo análise de mais de 40 documentos na CVM.

O GIC, fundo soberano de Cingapura, o Banco Bradesco e uma gestora que tem o bilionário Jorge Paulo Lemann entre os acionistas minoritários também foram às compras com participações relevantes desde o fim de fevereiro.

Com queda acumulada de 54%, o Ibovespa tem o pior desempenho entre os principais pares globais neste ano em dólar. Mas, como investidores em busca de pechinchas ainda são poucos e estrategistas de Wall Street permanecem pessimistas em relação aos mercados emergentes, a tendência é de cautela.

“A verdade é que tem muita coisa barata. É como pescar no aquário”, disse Bruno Garcia, diretor de investimentos da Truxt. “Só é necessário escolher as empresas que não vão quebrar.”

Ed Kuczma, que administra fundos de ações da América Latina na BlackRock, disse que ele e sua equipe têm conversado com várias empresas que estão se posicionando para sair da crise do coronavírus mais fortes para competir no mercado.

“Há muitas barganhas surgindo”, disse Kuczma. A empresa tem apostado em setores como o financeiro, consumo discricionário e imobiliário. “Estamos confiantes de que as ações brasileiras devem se beneficiar de uma redução sustentada da volatilidade.”

Algumas das recentes apostas da BlackRock como um todo incluem Taesa (TAEE11), GPA (PCAR4), Notre Dame Intermédica (GNDI3), Qualicorp (QUAL3) e Iochpe Maxion (MYPK3), segundo documentos enviados à CVM.

A BlackRock não comenta posições específicas. E, embora a CVM exija que as empresas divulguem informações sobre qualquer acionista com participação de 5% ou mais, elas nem sempre informam quantas ações foram compradas ou se o comprador tinha participação anterior.

Desde o começo da crise, o fundo GIC comprou ações da Locaweb (LWSA3). A Tarpon Asset Management aumentou a fatia na Kepler Weber. E o Bradesco elevou a participação no Fleury (FLRY3) por meio da unidade de seguros.

Magnatas brasileiros também aproveitam a turbulência recente para comprar ações. A família Molina, fundadora da gigante de carne Marfrig (MRFG3), aumentou a participação na empresa para 45%.

No entanto, embora a onda de compras seja um bom sinal de que algumas ações podem ter caído demais, a incerteza permanece — muitas das ações caíram mais desde que os compradores entraram.

Além disso, grandes investidores e estrategistas, como Goldman Sachs, JPMorgan Chase e Franklin Templeton, têm recomendado aos clientes adiar a caça às pechinchas em mercados emergentes. O temor é de que o coronavírus possa devastar países como Índia e Brasil, onde só agora os casos começam a aumentar.

Florian Bartunek, veterano de renda variável na Constellation Investimentos & Participações, que tem Lemann entre os sócios minoritários, disse que sua estratégia está focada em empresas que são líderes indiscutíveis em seus setores. A Constellation comprou ações da Totvs, de acordo com documento da CVM.

“Se você deseja comprar ações de empresas exóticas apenas porque estão muito baratas, a chance de errar é maior”, disse Bartunek durante uma live realizada pelo Banco BTG Pactual na semana passada. “Eu focaria nas empresas óbvias.”