BlackRock adota postura mais rígida sobre crise climática após pressão de ativistas
O presidente-executivo da BlackRock, Larry Fink, alertou conselhos de empresas para intensificar os esforços para combater as mudanças climáticas, marcando uma mudança significativa na postura pública da maior gestora de investimentos do mundo em meio a preocupações crescentes com o aquecimento global.
Em sua carta anual aos presidentes-executivos, Fink disse que eles devem agir ou enfrentar uma indignação crescente dos investidores preocupados com a forma como práticas comerciais insustentáveis podem limitar sua riqueza futura.
Ele disse que a BlackRock sairá de investimentos que apresentassem alto risco relacionado à sustentabilidade, incluindo produtores de carvão, conforme participa do que ele descreveu como uma “reformulação fundamental das finanças”.
Ativistas receberam bem a mudança, que ocorreu após uma campanha sobre a falta de ação prévia pela BlackRock, vista como significativa.
“Como a maior instituição financeira do mundo, o anúncio da BlackRock hoje é um grande passo na direção certa e um testemunho do poder da pressão pública exigindo ações climáticas”, disse Ben Cushing, do grupo ambientalista Sierra Club, com sede nos EUA.
A mudança nas tendências globais de investimentos que começa a atingir grandes gestoras, como BlackRock, Vanguard Group e State Street Corp, as tornou uma alavanca com grande potencial para forçar uma ação corporativa mais ampla.
Mas os ativistas as criticaram por não fazerem o suficiente, e em dezembro alguns disseram que monitorariam a carta de Fink de perto para sinais de maior envolvimento com a crise climática.
Diana Best, estrategista sênior do Sunrise Project, que faz parte de um grupo de campanha que pressionou a BlackRock a agir, disse que sua decisão “instantaneamente eleva o nível para concorrentes como Vanguard e State Street Global Advisors”.
A Vanguard e a State Street não responderam imediatamente aos pedidos de comentário.
A BlackRock também está fortalecendo seu compromisso com a transparência em suas atividades de gestão, com seus gestores de portfólio “cada vez mais dispostos a votar contra a administração” se considerarem que as empresas não estão fazendo “progresso suficiente nas publicações relacionadas à sustentabilidade”.
A gigante dos investimentos não forneceu detalhes específicos sobre quais empresas desinvestirá ou o tamanho dessas posições.
A carta de Fink alinha especificamente a BlackRock com os objetivos do marco do Acordo de Paris de 2015, em contraste com a recente posição dos Estados Unidos que, sob o comando do presidente Donald Trump, se afastou do acordo climático.
“Todo governo, empresa e acionista deve enfrentar as mudanças climáticas”, disse Fink.