Black Friday pode ter sido pior do que o mercado esperava para Via, Magalu e Americanas
Os números da Black Friday podem ter desapontado pela primeira vez em vários anos, caso os números da consultoria de comércio eletrônico Neotrust se confirmem, avalia a Ágora Investimentos em um relatório enviado a clientes nesta semana.
Os dados revelam que o volume de vendas na quinta-feira e sexta-feira passadas subiu 6% na comparação anual, mas ficou muito abaixo do avanço de 31% visto em 2020. Ambos os valores não incluem o Mercado Livre.
“Isso é menor do que a estimativa pré-Black Friday da Neotrust de + 18% e + 25% de uma pesquisa da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico)”, lembram os analistas Richard Cathcart e Flávia Meireles.
Eles pontuam que os resultados das principais plataformas de comércio eletrônico provavelmente registraram um crescimento acima dos número, como foi o caso em 2020, mas que a conclusão geral provavelmente será a mesma: a demanda do consumidor enfraqueceu,
especialmente para itens discricionários de ticket alto.
Ou seja, os brasileiros compraram menos eletrônicos e produtos de linha branca, que representam cerca de 50% do valor comercializado bruto de comércio eletrônico do Brasil.
“É improvável que isso seja uma surpresa para os investidores, visto que as próprias empresas sinalizaram um ambiente de demanda mais fraca durante a temporada de resultados do terceiro timestre de 2021. Por outro lado, poderia haver alguns efeitos colaterais negativos se as tendências de crescimento forem tão decepcionantes quanto os dados da Neotrust sugerem, dado que a maioria dos varejistas tinha altos níveis de estoque entrando na Black Friday”, explicam Cathcart e Meireles.
Eles mantiveram as recomendações neutras para as ações da Americanas (AMER3), Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3).