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Bitmain processa novamente MicroBT por disputa de hardwares de mineração

07 abr 2021, 16:08 - atualizado em 07 abr 2021, 16:08
O ex-designer de chips da Bitmain alegadamente roubou ideias para criar sua fabricante MicroBT, “roubando” sua dominância de mercado (Imagem: Crypto Times)

As duas maiores fabricantes de hardware para a mineração de bitcoin (BTC) estão novamente envolvidas em uma disputa de propriedade intelectual.

Nesta quarta-feira (7), o jornal chinês sobre propriedade intelectual IPEconomy noticiou que Bitmain enviou uma ação no Tribunal de Propriedade Intelectual de Pequim em 7 de abril contra a MicroBT, alegando que a fabricante de máquinas de mineração sediada em Shenzhen e seu fundador Yang Zuoxing, ex-designer de chips da Bitmain, roubaram segredos corporativos.

A Bitmain já tinha processado a MicroBT e Yang em 2017 por infringirem uma patente concedida à Bitmain por sua tecnologia utilizada na criação de circuitos integrados de aplicação específica (ASICs) para a mineração de bitcoin.

Porém, o caso foi encerrado pelo Tribunal de Propriedade Intelectual de Pequim em 2018, que também revogou a patente autorizada da Bitmain.

Porém, parece que a Bitmain não desistiu, pois o novo caso civil demanda uma ação por perdas e danos de 99 milhões de yuans, ou US$ 15 milhões, da MicroBT.

O novo caso põe novamente o foco na antiga rivalidade entre as duas empresas, conforme o crescimento da MicroBT desde 2019 ofuscou imediatamente a dominância da Bitmain no mercado de hardwares para a mineração de bitcoin.

Segundo o IPEconomy, o Tribunal de Propriedade Intelectual de Pequim notificou a Bitmain que recebeu a acusação e irá proceder de acordo. Ainda não se sabe quando será a primeira audiência.

Segundo o artigo, a Bitmain acusou Yang de roubar segredos corporativos após ter completado a pesquisa e o desenvolvimento do famoso equipamento de mineração da Bitmain: S7 e S9 da série Antminer, em maio de 2016.

A Bitmain alegou que Yang fundou a MicroBT para lançar um produto adversário em julho antes de ele oficialmente sair da Bitmain.

Ainda assim, a versão de Yang, publicada pela CoinDesk em 2018, conta uma história diferente.

De amigos para inimigos

O histórico da briga data de 2014, quando Yang entrou para ASICMiner, uma fabricante de hardwares para a mineração de bitcoin, fundada em 2012 por Jiang Xinyu — também conhecido como “Friedcat” no fórum BitcoinTalk.

Rapidamente, após o desaparecimento misterioso de Friedcat no início de 2015, Yang afirmou ter entrado para a Bitmain após ter apresentado sua tecnologia de design personalizado de chips a Micree Zhan, cofundador e presidente da Bitmain.

Porém, Yang disse que desenvolvia chips durante meio-período para o S7 da Bitmain em Xangai, pois ele não se adequava ao “ambiente de trabalho” da Bitmain e “não se sentiu respeitado”.

Bitmain apresentou o modelo S7 em agosto de 2015 e Yang afirmou que, em seguida, tentou realizar diversas negociações enquanto desenvolvia o S9, lançado um ano depois.

De acordo com Yang, a discussão não correu bem. Apesar de Jihan Wu, outro cofundador da Bitmain, estar disposto a fornecer 2% da participação, Zhan só estaria confortável com 0,5%.

Conforme a discussão se desfez, Yang afirmou ter encerrado seu contrato com a Bitmain em junho de 2016 e lançou a MicroBT um mês depois.

No entanto, o sucesso do S7 e S9 da série Antminer fez com que a Bitmain lucrasse US$ 1 bilhão em lucros líquidos durante o ciclo de alta de 2017, em que milhões de unidades foram vendidas em um ano.

A disputa também trouxe à tona alguns dos problemas legais recentes de Yang. O segundo processo da Bitmain vem meses após um promotor de Shenzhen liberou Yang de uma acusação criminal, que acredita-se ter sido da Bitmain.

Yang foi preso em dezembro de 2019 pela polícia em Shenzhen sob uma acusação de desvio de fundos, mas foi solto sob liberdade condicional em agosto de 2020, segundo um documento de IPO à Bolsa de Valores de Xangai (SSE) por uma fornecedora da MicroBT, cuja receita principal veio da testagem de chips para a fabricante.

A prisão aconteceu junto com o período de crescimento da MicroBT em 2019. Segundo o documento, as receitas da MicroBT aumentaram de US$ 62 milhões em 2017 para US$ 230 milhões em 2018 e US$ 626 milhões em 2019.

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