Bitcoin sustentável? ETF da Ninepoint usa taxas para compensar emissões de carbono
O preço do bitcoin (BTC) aumentou, assim com as críticas de que a invenção de Satoshi é um desastre ambiental por conta do alto consumo de energia na operação da rede.
Agora, aparentemente, uma gestora canadense de ativos alternativos está oferecendo uma solução criativa ao problema, noticia o Decrypt.
Nesta segunda-feira (10), a Ninepoint Partners anunciou que seu fundo negociado em bolsa (ETF) de bitcoin terá compensações de carbono.
A iniciativa não é uma opção para investidores que se importam com a sustentabilidade, pois vai cobrir todos os bitcoins adquiridos pelo fundo e as compensações serão pagas com taxas de administração.
“Fazer isso em um fundo é um novo conceito. Esperamos que seja um modelo para a indústria”, afirmou Alex Tapscott, executivo da Ninepoint.
A empresa está trabalhando com CarbonX e o Crypto Carbon Ratings Institute (CCRI) para avaliar a pegada ambiental da aquisição de bitcoin pelo fundo.
CarbonX também ajudará a Ninepoint a pagar e realizar todas as iniciativas de compensação de carbono.
Sem revelar o custo exato das compensações, Tapscott disse que seriam uma porção “significativa” da taxa de administração da Ninepoint, de 0,7%.
Compensações de carbono permitem o pagamento por atividades como plantação de árvores e equipamentos de energia limpa em países em desenvolvimento a fim de negar o impacto ambiental das operações de uma empresa.
Porém, grupos como o Greenpeace afirmam que esses esquemas não são eficazes porque não obrigam empresas a pararem de emitir carbono.
A iniciativa da Ninepoint é marcante, pois reconhece o impacto energético do bitcoin, podendo atrair investidores tanto do varejo como institucionais que estão relutantes em pôr seu dinheiro em empresas “sórdidas”, como a do petróleo e do carvão.
O novo programa da Ninepoint surge em meio ao debate sobre o uso energético do bitcoin.
Em abril, a Square publicou um documento sugerindo que o bitcoin poderia ter um impacto significativo no meio ambiente ao acelerar a adesão de energias renováveis — enfrentando críticas de outras empresas, como o Citi. Segundo Tapscott:
O bitcoin é mais sustentável do que grande parte das pessoas pensa, já que metade vem de energia renovável. Mas metade ainda é um número bem grande.