Bitcoin se aproxima de US$ 20 mil com estreia de contrato na CME, segunda bolsa a negociar criptomoeda
Por Ângelo Pavini, da Arena do Pavini
A polêmica moeda virtual Bitcoin manteve sua tendência de alta hoje, depois da estreia do segundo contrato futuro no mercado americano, chegando perto dos US$ 20 mil. A criptomoeda chegou a US$ 19.500 no domingo, pouco antes da Chicago Mercantile Exchange (CME Group) começar a negociar os contratos futuros, no domingo à tarde. O contrato para janeiro chegou a bater US$ 20.650 nos primeiros negócios, mas recuou para US$ 18.760. Hoje, as cotações seguiram em queda, para US$ 18.576, segundo o The Wall Street Journal citando a empresa CoinDesk.
A CME é a segunda bolsa americana a lançar contratos futuros de Bitcoins. A primeira foi a Cboe Global Markets, também de Chicago, que criou seu mercado futuro de Bitcoins uma semana antes. A CME é a bolsa de mercadorias, originária da Bolsa de Manteiga e Ovos de Chicago, fundada em 1898, uma das primeiras bolsas de mercadorias do mundo e depois tornou-se referência em mercados futuros. Já a Cboe, ou Chicago Board or Trade, surgiu como bolsa de derivativos em 1973, para negociar contratos futuros e de opções de ações e índices.
As bolsas lançaram seus mercados futuros aproveitando o forte interesse na criptomoeda, que já subiu 1.800% este ano. Os contratos permitem aos especuladores apostarem no comportamento da moeda nos próximos meses, sem correr o risco de comprar o ativo nos mercados, ainda sem muita regulação ou liquidez.
Mesmo os contratos futuros apresentam baixa liquidez. Na Cboe, o volume negociado caiu de 4 mil contratos no primeiro dia para 1.640 na média da semana. A CME notou ainda que os preços dos mercados futuros se aproximaram dos mercados à vista, o que indica a presença de grandes especuladores arbitrando os dois mercados. Os contratos futuros da CME também devem ser mais atrativos para grandes investidores, como fundos, por serem maiores, equivalentes a cinco Bitcoins, para 1 Bitcoin por contrato da Cboe.
Enquanto as bolsas lançam seus contratos, autoridades do mundo inteiro alertam para os riscos da nova moeda, caso do presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, que classificou a disparada recente do Bitcoin a uma bolha ou pirâmide. Também o presente da Comissão de Valores Mobiliários, Marcelo Barbosa, disse que o crescimento da procura pela moeda preocupa e que a IOSCO, associação das bolsas de valores do mundo, pretende emitir um aviso ao mercado. O mercado de Bitcoins apresenta várias fragilidades, incluindo a falta de transparência, os riscos de seus participantes, tanto operacionais como de segurança, e sua falta de regulamentação. Há ainda o uso da moeda para mercados ilegais.