Bitcoin (BTC)

Bitcoin pode deixar de existir em alguns anos, diz Capital Economics

17 jan 2018, 16:24 - atualizado em 17 jan 2018, 17:15

De fato, o bitcoin pode não mais existir em alguns anos. Mesmo assim, a moeda digital deixará o legado da tecnologia de blockchain. No entanto, é improvável que tenha um impacto maior na economia ou na política monetária em um futuro próximo.

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Esta é a conclusão da Capital Economics conforme relatório divulgado nesta quarta-feira (17) e obtido pelo Money Times. A consultoria classifica como lixo a hipótese de as criptomoedas substituírem as moedas estabelecidas e vê uma bolha nos preços do bitcoin.

“As quedas recentes de preços sugerem que a bolha está estourando, embora com os preços dez vezes acima do que há um ano, ainda têm muito a cair”, escrevem os economistas Vicky Redwood e Kerrie Walsh, que veem impacto pequeno disso na economia.

A Capital Economics é cética com qualquer potencial de longo prazo para o bitcoin. Em síntese, crê que a criptomoeda atualmente não cumpre a função de dinheiro. Se fosse o caso, deveria atender três funções. Em primeiro lugar, meio de troca – as pessoas compram bitcoin porque acham que continuará subindo, e não para adquirir bens ou serviços.

As outras duas funções são unidade de conta (para mensurar preços das coisas) e reserva de valor (para transferir o poder de compra de hoje para o futuro). “Mas a ampla volatilidade no preço do bitcoin o tornou inútil para qualquer uso assim neste momento.” Para a maioria das pessoas, o bitcoin simplesmente não agrega vantagens na comparação com as divisas atuais.

A consultoria nota problemas também de ordem técnica. Por ser um processo descentralizado, o tempo de transação é lento e ineficiente. Além disso, a adição de novos códigos amplia a rede de informação atual, a tal ponto que dificulta o armazenamento em computadores básicos. Além disso há a questão da energia empregada na mineração de novos códigos e os atentados de hackers.

Com tudo isso, acrescenta a Capital Economics, o próprio bitcoin poderia sofrer competição de uma nova criptomoeda – quem sabe – sem os problemas mencionados acima. Afinal, se a oferta de bitcoin é limitada, não há limite para a criação de novas moedas digitais. Porém mesmo se conseguisse superar as questões técnicas, o bitcoin dificilmente se tornaria uma moeda global – embora esse não seja o argumento principal de quem está comprando bitcoin atualmente.

Cotação

Nesta quarta-feira, depois de descer abaixo da marca dos US$ 10 mil pela primeira vez desde novembro, o bitcoin era negociado a US$ 9.302 na corretora Bitfinex. Trata-se de uma queda de 20% a partir de seu fechamento anterior e após já ter perdido 18% na terça-feira (16). É a maior queda de dois dias do bitcoin desde 2015.

Conforme a cotação pelo Mercado Bitcoin, a moeda digital recuava 12,04% nesta quarta-feira, cotada a R$ 33.600.

A regulação aparece como pano de fundo da derrocada. Informações de que a Coreia do Sul e a China poderiam proibir a negociação de criptomoedas geraram temores de uma repressão mais ampla por parte de órgãos reguladores.

Segundo a Reuters, o Citi prevê que o bitcoin pode despencar 50% em relação ao nível atual para algo para entre US$ 5.605 e US$ 5.673, com base em fatores técnicos. Tal movimento “parece muito provável de ocorrer muito rapidamente”, dizem os analistas do banco.

Veja aqui o Criptonário: um guia para os termos e conceitos que definem blockchain e criptomoedas

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