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Bitcoin (BTC) cai abaixo de U$ 30 mil, contaminado pela Terra (LUNA), que não quis “morrer” sozinha

11 maio 2022, 19:02 - atualizado em 11 maio 2022, 19:03
Bitcoin (BTC) hoje
Não está fácil pra ninguém: maior criptomoeda do mundo acumula queda de mais de 7% em 24 horas (Imagem: Unsplash/Kanchanara)

Nesta quarta-feira (11), o Bitcoin (BTC) caiu abaixo de U$ 30 mil. A criptomoeda chegou a ser cotada duas vezes abaixo de U$ 30 mil pela manhã, mas logo se recuperou. Entretanto, não conseguiu sustentar o preço e terminou o dia abaixo do “marco religioso” para os investidores.

Com isso, a maior criptomoeda em capitalização de mercado acumula de 7,3% nas últimas 24 horas, e de 27,7% na semana.

O Ether (ETH), criptoativo da rede de contratos inteligentes da Ethereum, também vem apresentando sinais negativos ao longo do dia, chegando a ser cotado abaixo de U$ 2 mil. Tanto a variação diária e semanal foram negativas, tendo recuos de respectivamente em 11,15% e 29,67% até o momento da publicação desta notícia.

Segundo dados do CoinMarketCap, a capitalização de mercado da somatória de todos criptoativos teve quedas de 12%, e deixou o mercado em cerca de US$ 1,24 trilhão. A dominância do bitcoin e do ether é de, respectivamente, 43,8% e 20%.

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A culpa é das estrelas…e da LUNA

Eduardo Andrade, analista de negócios da MezaPro, diz que apesar da forte queda nos últimos dois dias, o bitcoin e as principais altcoins reduziram o ritmo das perdas nesta quarta-feira (11).

Para ele, as incertezas em relação ao cenário macroeconômico e geopolítico ainda continuam dominando as negociações.

“Outro fator agravante da queda acentuada nos últimos dias foi o colapso da stablecoin da blockchain Terra, a UST, que perdeu sua paridade com o dólar e abriu sendo cotada a US$ 0,52 nesta manhã. Como consequência, o token nativo da rede Terra, LUNA, foi a criptomoeda que mais sofreu com o colapso com uma desvalorização de 87% nas últimas 24 horas, sendo cotada a US$ 4 nesta manhã.”

Conforme o analista, o colapso da UST reacendeu o debate sobre a regulamentação das stablecoins. sendo que Janet Yellen, secretária do Tesouro Americano, voltou a falar sobre o tema.

Ela enalteceu a importância das stablecoins para o mercado cripto como moedas fiduciárias lastreadas em ativos seguros, como o dólar ou o euro.

“É que diferente de outras grandes stablecoins, a UST da Terra não é lastreada em uma moeda fiduciária armazenada em um banco ou algum equivalente. Ela é uma stablecoin algorítmica, na qual o código mantém o lastro em dólar, ou seja, quando um trader quer emitir mais UST é preciso queimar LUNA, o outro token nativo da Terra”, explica.

Em uma situação estável o sistema parecia funcionar, mas diante da queda abrupta no início da semana, ele conta que o sistema praticamente colapsou. Por isso, Andrade aponta que Yellen voltou a defender a regulamentação do setor ainda em 2022.

A forte turbulência da stablecoin UST e o recuo das demais criptomoedas também atingiram o mercado brasileiro, conforme dito.

“Quando o bitcoin desabou para US$ 30 mil na segunda-feira (09), as corretoras brasileiras registraram o maior volume de negociação de BTC em 2022. Só para ilustrar, ontem o volume de negociações de bitcoin chegou a R$ 279,9 milhões. O número representa um aumento de 149% nas negociações na comparação com o dia anterior”, diz.

De acordo com ele, o alto volume é justificado pela forte queda, pois muitos investidores de varejo acabam se desesperando e correm para as corretoras vender suas posições com medo de prejuízos ainda maiores.

“Um sinal de mercado de baixa é a volta das criptomoedas às exchanges [corretoras cripto] para sua liquidação no mercado”, finaliza.

Bitcoin morreu, novamente outra vez

Nesta terça-feira (10), o “site meme” Bitcoin Obituaries”, ou obituários do Bitcoin em português, compartilhou a nova morte da criptomoeda. O site é uma brincadeira que busca reunir todas as vezes que  ativo foi declarado como “morto”.

Segundo o site, é levado em conta o contexto do mercado e a relevância do meio de comunicação que veio a declaração, bem como quem disse. Atualmente, foram 448 vezes que a criptomoeda foi declarada como “morta”.

O “obituário” mais recente, é divulgado pelo jornal britânico “The Spectator”, em um artigo do colunista Ross Clark chamado “Crypto is Dead”, ou cripto morreu. 

Finanças descentralizadas (DeFi)

Em clima de funeral, o setor de finanças descentralizadas (DeFi) continua observando um forte recuo em seu Valor Total Travado, ou TVL na sigla em inglês.

O valor total travado em DeFi, segundo o site Defillama, é de U$ 139,81, uma variação diária negativa em 10,58%.

De acordo com o mesmo site de análise, a Curve (CRV), corretora descentralizada (DeX), apresenta um TVL de US$ 13,89 bilhões, um decréscimo de 11,51% nas últimas 24h.

O Maker DAO, protocolo emissor da stablecoin DAI, tem quedas em seu TVL de 4,06%, mesmo assim sai do terceiro, e alcança o segundo lugar com US$ 11,6 bilhões travados no protocolo. O motivo é o uso da stablecoin DAI pelos investidores para fugir da sua competidora, UST, da Terra (LUNA).

A Anchor (ANC), maior plataforma de empréstimos descentralizados da rede Terra, derreteu mais de 60% após a stablecoin da rede Terra (LUNA) perder seu lastro, e precisar vender a reserva de bitcoin para manter o colateral.

O protocolo caiu em menos do sexto para o décimo segundo lugar, no momento seu TVL é de US$ 2,39 bilhões.

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