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Bitcoin: como a queda dos bancos pode impulsionar o preço do ativo?

16 mar 2023, 18:18 - atualizado em 16 mar 2023, 18:18
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O Bitcoin, por outro lado, está se mostrando uma alternativa mais segura e resiliente diante da instabilidade financeira (Imagem: Getty)

O sistema bancário tradicional está enfrentando uma crise sem precedentes. Vários bancos regionais e de médio porte nos Estados Unidos entraram em colapso ou estão à beira da falência, causando pânico entre os depositantes e investidores.

O Bitcoin (BTC), por outro lado, está se mostrando uma alternativa mais segura e resiliente diante da instabilidade financeira. 

E nem venha me falar que o preço do Bitcoin caiu demais e blablabla… A verdade é que alguns bancos que existiam na semana passada já não existem mais. Enquanto isso, a rede do Bitcoin está aí faz mais de década sem parar de funcionar.

Neste artigo, vamos explicar o que aconteceu com os bancos que faliram, por que isso pode desencadear uma corrida bancária generalizada e como o Bitcoin pode se beneficiar dessa situação.

Bancos em apuros

A falência do Silicon Valley Bank (SVB) foi o estopim para a crise bancária atual. O SVB era um dos maiores bancos dos Estados Unidos, com mais de US$ 200 bilhões em ativos e uma forte presença no setor de criptomoedas, tecnologia e inovação. 

Mas não podemos pôr a culpa do fracasso do banco apenas nos ativos digitais: o banco fez investimentos arriscados em títulos lastreados em hipotecas subprime e empréstimos corporativos de alto rendimento, que se tornaram tóxicos após a pandemia de Covid-19 e a recessão econômica global.

Na quarta-feira passada, o SVB anunciou que havia vendido um grande lote desses títulos com um enorme prejuízo, o que levou à perda de sua solvência e à intervenção do Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), o órgão responsável por garantir os depósitos bancários nos Estados Unidos até um limite de US$ 250 mil por conta.

A notícia da falência do SVB gerou uma onda de medo entre os depositantes de outros bancos regionais e de médio porte, especialmente aqueles com contas acima do limite do FDIC ou com exposição ao setor imobiliário ou tecnológico.

Muitos desses depositantes correram para sacar seu dinheiro ou transferi-lo para instituições maiores e mais estáveis, temendo que o risco fosse sistêmico e que seus bancos também pudessem quebrar.

Na semana passada, ainda vimos outros dois bancos em apuros: o Silvergate Bank e o Signature Bank, ambos conhecidos por oferecer serviços financeiros para empresas de criptomoedas e clientes individuais interessados em Bitcoin.

O fechamento desses bancos também não está relacionado somente com a queda do preço das criptomoedas ou das ações do mercado de tecnologia. 

O buraco é bem mais embaixo, como veremos a seguir.

O que está por trás da crise bancária nos Estados Unidos

A crise bancária que estamos testemunhando não é um fenômeno isolado ou aleatório. Ela é o resultado de uma série de fatores que vêm se acumulando há anos e que foram agravados pela pandemia e pela política monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos.

Um desses fatores é o sistema de reservas fracionárias, que permite aos bancos emprestar mais dinheiro do que eles realmente têm em caixa, desde que mantenham uma certa porcentagem de seus depósitos como reserva.

Esse sistema cria dinheiro novo a partir do crédito e incentiva os bancos a assumirem riscos excessivos em busca de maiores lucros.

Antes da pandemia, os bancos tinham que manter 10% dos depósitos em dinheiro. Quando os depositantes colocavam US$ 1.000 no banco, o banco não era obrigado a guardar esses US$ 1.000.

Ele guardava US$ 100 e emprestava US$ 900 para clientes em busca de uma hipoteca, um carro, etc. Os bancos cobram uma taxa de juros sobre esses empréstimos, que é uma das formas como eles ganham dinheiro.

No entanto, em março de 2020, o Fed reduziu os requisitos de reservas para zero. Desde então, os bancos nos Estados Unidos não são obrigados a manter nenhum dinheiro dos depositantes no banco, tornando um sistema falho – as reservas fracionárias – ainda pior.

Isso significa que os bancos podem criar dinheiro infinito a partir do nada e emprestá-lo para quem quiserem, sem se preocupar com as consequências.

As coisas só começaram a mudar um pouquinho agora em 2023, mas vai por mim… A situação não é muito diferente da descrita acima.

Além disso, o Fed injetou, com o passar dos anos, trilhões de dólares na economia por meio de programas de compra de ativos como títulos do Tesouro e títulos lastreados em hipotecas. Esses programas visam aumentar a liquidez dos mercados financeiros e estimular o crescimento econômico. No entanto, eles também distorcem os preços dos ativos e criam bolhas artificiais.

Essas políticas monetárias expansionistas têm consequências negativas para os bancos e para toda a sociedade. Elas incentivam o endividamento excessivo tanto dos setores público quanto privado; elas reduzem o valor do dólar e provocam inflação; elas criam desigualdade social e favorecem os mais ricos; elas geram instabilidade financeira e aumentam o risco sistêmico.

Esses riscos se materializaram na falência do SVB e na fragilidade dos outros bancos mencionados anteriormente. Esses bancos apostaram alto em ativos voláteis ou ilíquidos que perderam valor ou se tornaram inadimplentes durante a crise sanitária e econômica. 

Mas a situação não para por aí.

No dia 15 de março, a S&P Global Ratings, que faz análises financeiras e pesquisas sobre ações e títulos, afirmou que o First Republic Bank tem um alto risco de saída de depósitos e que seus empréstimos no atacado podem afetar suas margens de juros líquidas. O rating do banco foi rebaixado.

E não acabamos com as notícias alarmantes. A situação perigosa está indo além dos domínios do tio Sam. Ainda no dia 15, as ações do Credit Suisse, banco suíço com operações globais, caíram 14% depois que seu maior acionista disse que não investiria mais dinheiro na empresa devido a preocupações regulatórias. 

A declaração veio após os dados do banco apresentarem inconsistências em seus balanços. Apesar disso, o banco central da Suíça disse que forneceria liquidez ao banco, se necessário.

Esses casos mostram que a crise bancária não se limita aos bancos regionais e de médio porte americanos, mas também afeta os grandes bancos internacionais. 

Se mais bancos falirem ou entrarem em dificuldades, pode ser gerada uma crise de confiança no sistema financeiro e levar a uma corrida bancária generalizada. Isso pode provocar uma contração do crédito e uma recessão econômica ainda mais profunda.

Nesse cenário, o Bitcoin surge como uma alternativa viável para quem fugir da instabilidade dos bancos tradicionais.

Por que o Bitcoin é uma alternativa atraente para os depositantes e investidores

O Bitcoin é uma moeda digital descentralizada que funciona sem a necessidade de intermediários como bancos ou governos. O Bitcoin é criado e transferido por meio de um protocolo criptográfico que garante sua segurança, transparência e escassez.

Se todos os bancos tiverem problemas, ele ainda estará rodando…

Vantagens do Bitcoin (BTC) sobre os bancos

Mais do que pensar em bancos, o Bitcoin tem várias vantagens até mesmo em relação às próprias moedas fiduciárias como o dólar ou o real. Algumas delas são:

– O Bitcoin é imune à inflação. Já as moedas fiduciárias, como estamos sentindo na pele, podem ser emitidas sem limites pelos bancos centrais, o que reduz seu poder de compra ao longo do tempo.

– Ele é resistente à censura. O Bitcoin não depende de autoridades centrais para validar ou autorizar as transações. Qualquer pessoa pode enviar ou receber bitcoins de forma rápida, barata e anônima, sem precisar de permissão ou confiança de terceiros.

– O Bitcoin é global e interoperável. O Bitcoin pode ser enviado ou recebido por qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, sem restrições geográficas ou políticas. Com ele você torna-se o seu próprio banco e deixa de depender de instituições financeiras que estão agindo de forma duvidosa.

 – O BTC é blindado contra as políticas expansionistas dos governos. Não importa se o estado vai criar programas sociais exagerados ou recuperar bancos. O Bitcoin continua com sua emissão controladíssima e limite de 21 milhões de unidades.

Essas características são diferenciais que dão a oportunidade do Bitcoin se posicionar como uma reserva de valor superior às moedas fiduciárias e aos ativos tradicionais como o ouro ou as ações. 

É claro que nem tudo é perfeito com o BTC e ele possui seus desafios, como a volatilidade e seu estágio inicial de adoção. Mas a crise que se desenha à frente pode ser a chance perfeita para ele mostrar resiliência e valor. 

No final das contas, uma coisa é certa: o sistema financeiro tradicional já tem dado grandes sinais de sua ineficiência. É sua a opção de permanecer dependente dele ou procurar um caminho disruptivo. 

Entre os riscos e oportunidades, eu preferi ir pelo que é inovador e novo. Eu fico com o Bitcoin, e você?

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