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Bitcoin (BTC) X Donald Trump: como guerra tarifária do presidente ‘pró-cripto’ pressiona perspectiva de preços da maior criptomoeda do mundo

27 mar 2025, 11:52 - atualizado em 27 mar 2025, 11:52
Dondald Trump, presidente dos Estados Unidos, e o Bitcoin (BTC) (Imagem: Gemini 2.0/montagem Money Times)
Dondald Trump, presidente dos Estados Unidos, e o Bitcoin (BTC) (Imagem: Gemini 2.0/montagem Money Times)

O bitcoin (BTC) está passando por momentos difíceis. O preço da maior criptomoeda do mundo registrou um pico de volatilidade a partir de março, de acordo com o Bitcoin Volatility Index.

indice de volatilidade do bitcoin (Fonte: Bitbo)

Próximo do fim do primeiro trimestre do ano, o bitcoin caminha para uma queda de preços de 7% nesse intervalo — tendo atingido as máximas em US$ 108.824 e as mínimas em US$ 77.064, de acordo com o Crypto Rank.

Parte dessa volatilidade tem nome, sobrenome — e um cargo no governo norte-americano: Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.

É verdade que eventos como o hack da Bybit ajudaram a piorar o sentimento geral do mercado, mas as incertezas geradas pela guerra tarifária foram uma constante desde quando o republicano chegou à Casa Branca

“O cenário macroeconômico global é marcado por um alto grau de incertezas, boa parte delas com origem nas tarifas propostas pelo governo Trump e os impactos que elas podem ter nos diversos países”, comenta André Barbosa, especialista em investimentos e ex-sócio-diretor da Toro Investimentos. 

Para ele, os impactos inflacionários das tarifas impostas por Trump, passando pelas perspectivas de crescimento econômico mais enxuto em virtude da redução das despesas estatais, formam um caldo de grandes incertezas pela frente. 

Esse cenário de grandes incertezas globais tem provocado um aumento da aversão a risco por parte de investidores, afetando negativamente a performance do bitcoin no curto prazo.

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E o preço do bitcoin (BTC), até onde vai?

É difícil prever quanto o bitcoin passará a valer até o final de 2025. O mercado de criptomoedas é naturalmente muito volátil e sensível a diversos eventos macroeconômicos.

Contudo, alguns analistas mais conservadores esperam que a estrutura bullish do mercado impulsione as cotações para o patamar entre US$ 120 mil e US$ 150 mil. Alguns, mais otimistas, estimam algo próximo a US$ 200 mil.

No curto prazo, é difícil pensar em um otimismo dessa magnitude. Contudo, apenas para efeitos de comparação, foi só nos últimos meses de 2024 que o BTC atingiu os patamares esperados para aquele ano, próximo dos US$ 100 mil

Dessa maneira, o que pode impulsionar o desempenho do bitcoin é justamente a reação dos países à política tarifária de Trump. 

“Enquanto isso, a Europa e a China, que terão suas economias possivelmente afetadas negativamente pelas tarifas, buscam alternativas de estímulos financeiros para reforçar investimentos e estimular o crescimento econômico”, comenta Barbosa. 

Ele explica que o preço do bitcoin está correlacionado com o M2 Global — indicador de liquidez que representa a soma de papel moeda com depósitos a vista e depósitos a prazo dos principais países.

Em outras palavras, na medida em que os governos injetarem mais liquidez em suas economias, o bitcoin tende a reagir, seguindo um descasamento temporal que costuma ficar entre 70 e 100 dias.

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É editor-assistente do Money Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, estuda ciências econômicas na São Judas. Atuou como repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.
renan.sousa@moneytimes.com.br
É editor-assistente do Money Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, estuda ciências econômicas na São Judas. Atuou como repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.