Bitcoin (BTC): Quais são as perspectivas da criptomoeda para agosto, segundo analistas
Maior criptomoeda do mundo, bitcoin (BTC) registrou um aumento de 8% somente na quarta-feira passada, após a decisão do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) de aumentar a taxa de juros em 0,75 ponto percentual (pp) para o intervalo entre 2,25% e 2,50%.
Desde então, a criptomoeda subiu 5% na última semana, estando cotada a US$ 22.952 no momento de publicação desta notícia, segundo dados do CoinMarketCap.
De acordo com o diretor de pesquisa da Mercurius Crypto, Orlando Telles, o aumento dos juros em 0,75%, ao invés de 1%, foi visto pelo mercado como “um sinal de estabilização da política monetária econômica.”
“Há também o fato de estarmos muito próximos de ter uma eventual recessão nos EUA, onde muitos analistas já apontam que estamos entrando em uma recessão técnica, tendendo a fazer com que o Fed reduza ainda mais a taxa de juros”, acrescenta.
Apesar dos aumentos recentes do BTC, o início de um novo mês traz questões, como: será que o bitcoin sustentará a faixa de preço e o desempenho atuais? Quais são as perspectivas de preço para a criptomoeda?
Confira abaixo o que apontam analistas sobre perspectivas para o bitcoin neste mês.
Sem reunião do Fed, sem aumento para bitcoin?
Segundo o especialista em finanças e fundador da Nousi Finance, Andrey Nousi, não há reuniões do Federal Reserve previstas para este mês.
Por esse motivo, a recente decisão do aumento dos juros pelo Fed não deve impactar tanto o preço do bitcoin em agosto.
Nousi afirma que este mês é um período conhecido por ter menor liquidez, por ser “um mês de pleno verão no hemisfério norte, quando os traders normalmente reduzem seus volumes”.
Momento exige cautela
Embora não esteja prevista reunião do Fed para agosto, Nousi destaca outro fator relevante que deve ser observado: os números da inflação nos Estados Unidos.
O especialista em finanças destaca que, na semana passada, foi divulgado o Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) – considerado o favorito do Fed.
O PCE divulgado na sexta-feira (29) mostrou a maior alta da inflação nos EUA nos últimos 40 anos, com uma aceleração acima das estimativas.
Segundo Nousi, apesar dos resultados da inflação terem dado a sensação no mercado de que o aperto monetário ficou para trás, é importante ter bastante cautela, visto que o presidente do Fed, Jerome Powell, destacou que a taxa de juros será decidida com base nos dados econômicos.
Ou seja, se esses dados indicarem um aumento forte na inflação, o Federal Reserve não hesitará em elevar a taxa de juros. “Pode ser uma armadilha para o investidor que acha que o pior já passou”, diz Nousi.
Cenário macroeconômico mexe com bitcoin
Para o gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move, Tasso Lago, o fato de o bitcoin ter se descolado das decisões do Federal Reserve mostra que os fundamentos do mercado de criptomoedas estão bem estabelecidos.
Apesar disso, Lago diz ser difícil apontar as perspectivas de preço do bitcoin a curto prazo, devido ao cenário de incerteza macroeconômica. A longo prazo, no entanto, o gestor acredita que o bitcoin tem potencial para atingir mais de US$ 100 mil e ethereum (ETH), mais de US$ 10 mil.
Orlando Telles também indica a relação entre a macroeconomia e o mercado de criptomoedas. Segundo ele, a perspectiva de preço do bitcoin dependerá do cenário macroeconômico: “quanto mais estável ele for, melhor para o mercado de cripto”, diz.
Bitcoin terá mais volatilidade?
Trader da Mercado Bitcoin, Lucas Passarini diz que a expectativa para agosto é que haja mais volatilidade – sem ser possível definir se essa será para cima ou para baixo.
“Bitcoin tem espaço para voltar próximo dos US$ 28 mil”, diz. A criptomoeda “deve encontrar resistência vendedora acima dos US$ 28 mil”.
Segundo Passarini, o bitcoin poderá perder força de valorização a partir dos US 27,5 mil ou US$ 28 mil.
O trader da corretora cripto acrescenta que a volatilidade poderá vir e gerar alguns dias de queda ou de subida, sem nenhum motivo aparente, pois o nível atual do BTC não é de alta resistência. Ou seja, não é uma faixa de preço em que aparecem muitos vendedores para a criptomoeda.
Passarini acrescenta que, se o bitcoin seguir a estrutura de alta, a criptomoeda “vai buscar os US$ 28 mil, um aumento de cerca de 20% no mês de agosto em relação ao nível atual”.
Porém, de acordo com o trader da Mercado Bitcoin, não existe grande consenso entre analistas sobre o que poderá acontecer com o bitcoin. Alguns apontam que o pior já passou, enquanto outros afirmam que os indicadores não estão favoráveis – tornando provável que o mercado continue lateralizado.
Apesar disso, analistas consultados por Passarini concordam que o momento ainda é de alta, por mais que os fundamentos não estejam tão positivos.
“Ainda não é possível dizer que agosto será completamente positivo, porque a volatilidade vai para os dois lados, mas espera-se que neste mês haja mais momentos agudos de volatilidade, tanto de valorização quanto de queda”, conclui.
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