Bitcoin (BTC) e ETFs à vista: Motivos para acreditar que desta vez vai ser diferente
O mercado de Bitcoin (BTC) vive grande expectativa pela aprovação de um novo ETF que poderia trazer uma expressiva quantidade de liquidez para o mercado de ativos digitais.
Pode parecer estranho aos investidores brasileiros, que já possuem acesso a este tipo de investimento no mercado local, mas nos Estados Unidos ainda é proibida a negociação de ETFs lastreados no preço à vista dos criptoativos.
É esta realidade que a BlackRock tenta mudar, com o pedido feito à SEC no último dia 15 de junho. Embora não tenha sido a primeira instituição financeira a tentar uma aprovação com o regulador americano, investidores se agarram à esperança de que, desta vez, o resultado será diferente.
Um adepto deste otimismo é Sui Chang, CEO da CF Benchmarks, subsidiária da plataforma de negociações Kraken e empresa responsável pelo índice a ser utilizado pelo ETF spot proposto pela BlackRock.
Em entrevista concedida ao portal The Block, o CEO da CF Benchmarks destrava as nuances regulatórias que envolvem a aprovação do produto. Confira abaixo.
- BB Seguridade (BBSE3) não vive seu melhor momento na bolsa, com ações caindo cerca de 8% no ano : É hora de fugir? Veja aqui a recomendação dos analistas da Empiricus Research. Aproveite para se inscrever no nosso canal e fique ligado no Giro do Mercado, de segunda a sexta-feira, às 12h.
Nasdaq muda abordagem para agradar SEC
A chave da aprovação do ETF é um processo denominado 19-b4. Através deste, a Nasdaq precisa arguir por que a listagem do ETF spot não comprometerá a negociação de ativos na própria bolsa, considerando as normas regulatórias.
Os indeferimentos anteriores vieram do insucesso da Nasdaq em convencer a SEC de que a empresa possui mecanismos robustos o suficiente para impedir e detectar fraudes na negociação dos ativos contidos no ETF. Ou seja, parte da Nasdaq apresentar tais cumprimentos, não a BlackRock ou demais aplicantes.
Chang salienta que a Nasdaq vem trabalhando nestas questões. Parte deste aperfeiçoamento na abordagem com a SEC é colocar a listagem do ETF Spot BTC sob os termos da “SSA”, que significa Surveillence-Sharing Agreement (Acordo de Monitoramento Compartilhado, em uma tradução livre).
Através destes termos, a Nasdaq passa a obter mais poder de acesso a informações diretamente com a instituição emissora do ETF.
O CEO da CF Benchmarks frisa que esta é a primeira vez que a Nasdaq recorre a este tipo de procedimento para ganhar a aprovação do regulador americano. A expectativa agora é que a cláusula de segurança consiga agradar os reguladores da SEC.
Ainda segundo Chang, embora a iniciativa precise partir legalmente da Nasdaq, o esforço para compreender as nuances postas pela regulação é coletivo.
Por padrão, a SEC possui 45 dias para apreciar o pedido. No entanto, o órgão regulador americano possui a habilidade de estender esse tempo por novos períodos de vista. Chang estima que a SEC pode demorar entre 3-4 meses para uma resposta.
Qual seria o poder de influência de um ETF spot para o BTC?
Apesar da alta expectativa acerca da aprovação de um ETF à vista, ainda não é possível mensurar o potencial de ganho que o mercado cripto teria com a entrada dos investidores institucionais.
Ainda ao The Block, Chang lembra que cerca de 60% do público investidor americano possuem em sua carteira ETFs dos mais variados tipos. Por outro lado, 20% dos investidores possuem criptomoedas.
Desta forma, é razoável acreditar que o valor desbloqueado no mercado cripto derivado dessa aprovação seria um produto cruzado de dois grupos muito divergentes entre si, seja pelo lado do interesse, seja pelo lado das estratégias de investimento.
Bitcoin opera em alta, escorado em otimismo
Agarrando-se ao otimismo de um resultado positivo para essa história, BTC e altcoins operam em terreno positivo nesta quinta-feira (29).
Com isso, o Bitcoin continua firme acima dos US$ 30.000; o Ether (ETH) é negociado a US$ 1.855,46, a Litecoin (LTC) avança a US$ 84,61 e a Solana (SOL) supera os US$ 17,75.