Bitcoin (BTC): 2024 será o ano da criptomoeda? Três pontos para acreditar que sim
No novo episódio do Market Makers, Thiago Salomão conversou com Valter Rebelo, analista de criptoativos da Empiricus Research, Samir Kerbage, CIO da Hashdex, e Alexandre Vasarhelyi, gestor da BLP, para falar sobre um dos temas mais comentados no mundo da economia: o futuro do Bitcoin (BTC).
Em peso nos noticiários desde a aprovação dos ETFs (fundos de índice) à vista de Bitcoin, o processo para chegar até o cenário atual da criptomoeda não foi fácil.
Samir Kerbage explica que o longo processo de aprovação dos ETFs, que demorou 10 anos para serem aprovados, foi conturbado por conta de uma regra de listagem das exchanges, que deviam prevenir manipulação e fraudes.
Já a Alexandre Vasarhelyi diz que não era algo que os Estados Unidos (EUA) tinham em vista, por conta da competição da criptomoeda com a moeda do país norte-americano, o dólar.
Para ele, a aprovação é um marco histórico.
“O ETF é um veículo super eficiente e nos Estados Unidos é basicamente a forma de investir. Ele vai abrir um canal para que bilhões ou trilhões de dólares sejam investidos nos Bitcoins por estar integrado a todos os sistemas tradicionais de investimentos”, discorre.
Vasarhelyi cita que um dos diferenciais na aprovação foi a presença de nomes importantes, como a BlackRock. Além disso, o destaque vai para os investidores brasileiros, acostumados a investir nos ETFs desde 2021, quando o tipo de investimento já era permitido.
Em sua visão, a possibilidade de usar o Bitcoin abre portas por ser a moeda com mais pares do mundo, tornando a carteira do investidor brasileiro diversificada e útil.
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Para quem o Bitcoin é mais atrativo?
O destaque do investimento no criptoativo vai para os investidores que entendem que a criptomoeda é volátil, portanto precisa de um longo horizonte de investimento para ser atrativa.
Kerbage reitera a visão do Brasil como um país fundamental para investir na criptomoeda. “Acho que não conheço nenhum outro país do mundo que tem tantas opções de ETFs com gestores profissionais. Isso coloca a gente na liderança e coloca o investidor aqui como um privilegiado”.
“O investidor tradicional nos Estados Unidos só está tendo acesso ao ETF de Bitcoin agora. O ETF de multi ativos ou a gestão ativa ainda vai demorar muito tempo para chegar nos EUA, e aqui no Brasil já está disponível”, finaliza.
2024, o ano do Bitcoin? 3 pontos fatores que indicam que sim
Um dos eventos mais aguardados para maio de 2024 é o halving do BTC, com a redução da emissão de novos Bitcoin.
Valter Rebelo cita três fatores que colaboram para a demanda e oferta da criptomeoda:
- a aprovação de ETFs aumentando a demanda pela criptomoeda;
- o halving, que representa uma redução marginal;
- e o ciclo de juros dos EUA, com o afrouxamento econômico.
O CIO da Hashdex cita que, do lado da demanda, o aumento de investidores americanos é notável. “80% do mercado de Wealth Management nos Estados Unidos não tinha como acessar Bitcoin, e agora vai ter”.
“Isso não necessariamente cria a demanda, mas quando ela vier, haverá um canal para os investidores”, citando os ETFs.
Ele também afirma que a redução da oferta do criptoativo é marginal, mas que a quantidade de Bitcoins diminui ao longo do tempo. Isso ocorre por conta do perfil de investidores, que preferem manter a criptomoeda.
O gestor da GLP também cita outro fator interessante: o fato do BTC representar uma demanda inelástica, algo que o mercado financeiro não tem o costume de trabalhar.
Os dois abordam o perfil geracional dos investidores de ETFs de Bitcoin, composto principalmente por pessoas com mais de 50 anos de idade que não tem o costume de buscar exchanges para realizar os investimentos na criptomoeda.