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Bitcoin a R$ 100 mil; entenda o sucesso da corretora brasileira Mercado Bitcoin

23 nov 2020, 15:13 - atualizado em 12 maio 2021, 9:51
Nesta segunda-feira, MB está registrando R$ 100,6 mil para o preço do bitcoin; confira entrevista exclusiva com o diretor da corretora brasileira (Imagem: Mercado Bitcoin)

Recentemente, o Mercado Bitcoin (MB), a maior plataforma de negociação de criptoativos da América Latina, chegou aos dois milhões de clientes e, na última semana, apresentou o recurso de PIX ao investimento em cripto.

O mais surpreendente é que, na última sexta-feira (20), a corretora registrou um preço de R$ 100 mil para o bitcoin:

(Imagem: TradingView)

Considerando o atual “bull market” do setor cripto como um todo, convidamos Fabrício Tota, diretor do Mercado Bitcoin, para falar sobre os desafios em criar uma corretora cripto do zero no Brasil, quais os novos serviços do MB a fim de atender à demanda e suas projeções para o mercado cripto em 2021.

1) Uma vez, em um bate-papo no canal da Empiricus, você falou que começar uma exchange do zero, hoje, seria algo muito difícil, mas que está satisfeito com o que o Mercado Bitcoin tem feito até o momento no Brasil. Por que você possui essa visão?

É difícil porque construir uma exchange — do ponto de vista de tecnologia, segurança, processos de atendimento e políticas de compliance — é uma tarefa complexa.

O processo de aprendizado do MB acontece desde sua criação, em 2013. Nesses sete anos, conforme fomos adquirindo mais experiência, tivemos a oportunidade de evoluir e nos reinventar.

Além de colocar, em prática, o nosso objetivo inicial — de ser a maior corretora de criptomoedas da América Latina — fomos além, em busca de novos horizontes.

Os frutos já estão sendo colhidos com a criação das empresas:

MB Digital Assets, que desenvolve ativos digitais representativos de ativos reais (ou non-security assets);

Meubank, nova conta digital e que nasce com o DNA para se tornar o maior shopping de investimentos alternativos do país, reunindo, no mesmo chapéu, o saldo em reais, ativos alternativos e criptoativos;

Bitrust, serviço de custódia qualificada para criptomoedas e ativos digitais, suportado por uma solução tecnológica com multiassinaturas e auditoria reconhecidas e desenvolvida em parceria estratégica com a Kryptus, empresa especializada em criptografia e segurança cibernética.

2) O Mercado Bitcoin foi pioneiro no Brasil no segmento cripto. Mais recentemente, o MB Digital Assets está na vanguarda da tokenização de ativos do mundo real. Como foi para o MB realizar essa mudança parcial no seu modelo de negócio?

Não vejo como uma mudança, mas sim como uma evolução. Com a consolidação da nossa atuação como corretora de criptomoedas, listando produtos já existentes, nos perguntamos como poderíamos ir além do que construímos e conquistamos.

Olhamos para a nossa base de clientes para entender o que eles buscavam e de que forma poderíamos atendê-los, oferecendo mais oportunidades de diversificação de carteira.

Foi então que surgiu a ideia de criar a MB Digital Assets, empresa complementar e que alimenta, de volta, o MB, com os ativos que ela tokeniza.

3) Recentemente, o Mercado Bitcoin apareceu ao lado do Vasco da Gama em uma iniciativa inédita de tokenizar direitos de jogadores do clube. Se o Vasco encontrar o próximo Roberto Dinamite, o investidor consegue ganhar com o sucesso desse jogador?

Sim, desde que ele faça parte da cesta de atletas dos quais estamos trabalhando com o Vasco.

Inclusive, vale ficar de olho em três jovens jogadores que já atuam na Europa e fazem parte da cesta: Paulinho (Bayer 04 Leverkusen, Alemanha), Nathan Santos de Araújo (Boavista Futebol Clube, Portugal) e Evander da Silva Ferreira (Football Club Midtjylland, Dinamarca).

O investidor que comprar o token, que corresponderá a 1/500 mil dos direitos do Vasco sobre o mecanismo de solidariedade dos atletas, poderá ser beneficiado.

4) Quanto mais o mercado cripto cresce nacional e mundialmente, mais concorrentes no setor de exchanges aparecem e tentam competir com taxas mais baratas. Qual a sua visão sobre novos concorrentes que sempre surgem em “bull markets”? Eles podem “machucar” a receita do MB? Quais são as formas de se defender disso?

A chegada de bons concorrentes, que seguem as regras do nosso país, é sempre bem-vinda, pois ajudam a desenvolver o mercado.

Ser uma exchange cripto vai muito além de montar um sistema e colocar taxas baixas. É preciso conquistar o mercado e atrair clientes que vão além dos traders e dos arbitradores.

O Mercado Bitcoin cadastrou, em sete anos, a mesma quantidade de CPFs que a Bolsa de Valores registrou nos últimos nove: dois milhões, de 2011 a 2020.

Em 2017, quando aconteceu o grande “boom” do bitcoin, o Mercado Bitcoin registrou um crescimento de 367% no número de clientes, chegando a cerca de 870 mil CPFs cadastrados. Dois anos depois, a base saltou para 1,8 milhão, uma evolução de 110%, em 2019.

Agora, com a alta histórica que está superando todas as expectativas, a tendência é que a base aumente ainda mais e estamos preparados para atender essa demanda.

5) Qual sua tese de preço do bitcoin para 2021? “O céu é o limite”?

Ainda é cedo para qualquer previsão. O bitcoin acumula uma alta superior a 50% em pouco mais de 30 dias, em um movimento praticamente sem nenhuma retração, sem nenhuma realização.

Isso traz volatilidade e gera uma grande expectativa: nada sobre para sempre sem haver ajustes ao longo do caminho. Pode haver uma forte correção no curto prazo. É absolutamente natural.

Contudo, essa concretização, em termos de preço e das ótimas notícias que acompanhamos nos últimos meses, ainda pode perdurar por mais tempo, trazendo mais pessoas e instituições para o ativo, dando mais fôlego para novas altas.

Fabrício Tota: a jornada brasileira no mundo
dos investimentos alternativos e ativos digitais

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