Bitcoin, a internet do dinheiro
Naval Ravikant é cofundador do site AngelList, site para startups, investidores-anjo e candidatos a vagas de emprego que querem trabalhar em startups. Ele também possui um podcast chamado “How to Get Rich” (ou “Como Ficar Rico”), com dicas empresariais e pessoais.
Em um artigo, ele explica, brevemente, por que o bitcoin é a internet do dinheiro.
Ravikant começa afirmando que, no futuro, o bitcoin será reconhecido como uma plataforma para criar novos serviços financeiros.
Ele fala a diferença entre bitcoin (criptomoeda) e Bitcoin (o protocolo que serve de alicerce), em que este “encapsula e distribuir as funções da lei contratual”.
Ele lista quatro tecnologias fundamentais que o Bitcoin apresenta:
1) assinaturas digitais (que não podem ser forjadas e permitem que uma parte verifique, de forma segura, uma transação com outra parte);
2) redes de ponto a ponto, como BitTorrent ou TCP/IP (difíceis de serem derrubadas e sem necessidade de uma parte central e confiável);
3) proof-of-work (PoS) evita que usuários gastem o mesmo dinheiro duas vezes, sem a necessidade de uma autoridade central distinguir entre transações válidas e inválidas;
4) registro distribuído (histórico de cada transação feita em cada carteira; blockchain permite que qualquer um possa validar que uma determinada transação foi realizada).
Ele menciona sua escassez, durabilidade, portabilidade, divisibilidade, verificabilidade, facilidade de armazenamento, fungibilidade, dificuldade de falsificação e amplo uso.
Ravikant menciona algumas das críticas feitas ao bitcoin, como a possível “falha” no fornecimento, decorrente da inflação, e um autor central que poderia obter o poder computacional do Bitcoin, o que não seria possível, pois não existe um supercomputador que possa obter controle sobre a rede.
Ele argumenta que, em vez de usar libras ou dólares, podemos usar bitcoin como um dinheiro de alta potência com vantagens distintas, pois são irrevogáveis, de fácil envio e armazenamento.
Assim, não há a ameaça de que um governo falido dilua sua poupança, pois cada pessoa possui sua chave com seus criptoativos armazenados.
Uma outra questão levantada por Ravikant é que “o protocolo Bitcoin irá permitir transações de serviços financeiros que hoje não são possíveis ou exigem [o intermédio de serviços] externos, caros e poderosos”.
Ele explica que a natureza irreversível de “apenas pagamento” do Bitcoin o torna bem menos vulnerável a roubos, pois ninguém pode transferir o seu dinheiro de sua conta, já que só você possui acesso a seus criptoativos.
O bitcoin oferece uma interface de programação de aplicações (API) para criar transações seguras e programáveis.
“Enquanto bancos tradicionais e empresas de cartão de crédito bloqueiam o acesso à sua infraestrutura de pagamentos para algumas partes confiáveis. O bitcoin é aberto a todos”, compara Ravikant.
Ele afirma que cada transação é rastreada, relatada e controlada por sistemas tradicionais. Assim, o bitcoin retira o poder dos intermediários e o devolve aos comerciantes, consumidores, poupadores e mutuários.
Criptoativos vão democratizar o dinheiro
e desbancar os bancos
Ravikant conclui:
“Governos estão reprimindo corretoras cripto, tornando mais difícil a obtenção e atrasando seu desenvolvimento.
[…] O desenvolvimento e a inovação do Bitcoin já começou a migrar para jurisdições mais amigáveis, onde sua inovação pode continuar de forma desimpedida.
Seria melhor se reguladores nos EUA e no Reino Unido tivessem com uma postura mais leve, para não afastarem o desenvolvimento do Bitcoin e de seus empreendedores para lugares como Canadá, Finlândia e Ásia.
Os Estados Unidos se beneficiou bastante ao servir de lar para grande parte das empresas globais que direcionaram a revolução da internet. Um dia, o país que serve de lar para a Internet do Dinheiro pode acabar sendo a guardiã da nova Moeda de Reserva e o Fornecimento Monetário Global.
Porém, como sabemos, os EUA não querem saber de bitcoin: muitos alertam que o país já está atrasado na inovação.