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BIS defende CBDCs, afirmando que podem coexistir com stablecoins privadas

23 jun 2021, 10:25 - atualizado em 23 jun 2021, 10:39
CBDC
Diferentemente de outras instituições, BIS se mostrou totalmente favorável às CBDCs (Imagem: BIS/Divulgação)

O Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) publicou, nesta quarta-feira (23), um extenso relatório sobre moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs). 

As principais conclusões? Conforme afirmado pelo diretor de pesquisa do BIS, Hyun Song Shin, “CBDCs são um conceito e sua hora chegou”.

Sendo o “banco central dos bancos centrais”, o BIS esteve envolvido em pesquisas de CBDCs por anos, incluindo a divulgação de uma pesquisa anual sobre o assunto.

Seguindo o lançamento da Libra – agora Diem – do Facebook e a expansão da atenção global em stablecoins em 2018, essa pesquisa esteve a todo vapor. O mais recente relatório é muito mais explícito em seu apoio ao desenvolvimento de CBDC e, especialmente, de interoperabilidade internacional.

Além do novo patamar de otimismo sobre a tecnologia, o ponto-chave é o apoio do BIS para CBDCs que efetivamente mantenham o sistema financeiro existente.

“CBDC não é um projeto de transformação para o setor financeiro”, disse Benoît Cœuré, diretor do BIS Innovation Hub, em uma conferência de imprensa sobre o relatório. “É sobre garantir que, neste novo mundo digital, o sistema financeiro se manterá competitivo e aberto.”

O BIS é cauteloso em estruturar o suporte para a continuidade da existência do sistema bilateral de bancos centrais interagindo com bancos privados que, por sua vez, atendem usuários do varejo.

“As CBDCs deveriam, portanto, ser estruturadas para delegar a maior parte de tarefas operacionais e atividades dos consumidores para bancos comerciais e fornecedores de serviços de pagamentos não bancários”, acrescenta o relatório. 

Porém, as pessoas por trás do relatório estão cuidadosas em estabelecer uma distinção entre CBDCs e criptomoedas, como o bitcoin (BTC), o qual, segundo Cœuré, “certamente falhou o teste de se tornar um meio de pagamento”.

Stablecoins seriam uma comparação mais provável com CBDCs, o que levou à especulação se governos que emitissem suas moedas centrais permitiriam que elas sobrevivessem.

Em resposta a uma pergunta sobre se os governos que emitem CBDCs conseguiriam enfrentar a competição privada, Cœuré disse:

O que você chama de competição, eu chamo de escolha para o consumidor. Se, após essa conferência de imprensa, você for comprar uma cerveja, você escolherá entre dinheiro físico, cartão ou seu telefone.

É exatamente esse tipo de escolha que queremos preservar, quando falamos sobre CBDC – desde que stablecoin seja um meio de pagamento devidamente regulamentado, é claro.

É importante mencionar que, recentemente, o gerente-geral do BIS, Agustín Carstens, falou de modo positivo sobre CBDCs e a habilidade das moedas digitais centrais aprimorarem pagamentos. 

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