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BIS: criptomoedas nacionais podem solucionar antigos problemas de pagamentos

31 mar 2021, 14:26 - atualizado em 31 mar 2021, 14:26
Carstens está otimista que CBDCs comprovem ser melhores para usuários de varejo, apesar de possíveis similaridades (Imagem: Unsplash/morganhousel)

Agustín Carstens, sócio-gestor do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), entrou em cena para promover moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs) a outras soluções de pagamento.

Em participação virtual no evento do Peterson Institute for International Economics nesta quarta-feira (31), Carsten detalhou diversas soluções disponíveis para acelerar os pagamentos internacionais na era moderna.

Há tempos, o BIS serve como uma conexão fundamental entre bancos. Nos últimos anos, viu essa missão se estender para um forte investimento em novas tecnologias financeiras, principalmente em pesquisas sobre CBDCs.

Atualmente, pagamentos entre usuários de diferentes países dependem em transferências entre seus respectivos bancos centrais que, por sua vez, têm de fornecer garantias para suas próprias transações com suas respectivas moedas e dinheiro de banco central.

O processo implícito de liquidação não é tão mais rápido do que há 40 anos, apesar do surgimento de diversas soluções de pagamento mais rápidas (FPS).

Sobre o assunto, Carstens está otimista que CBDCs comprovem ser melhores para usuários de varejo, apesar de possíveis similaridades:

Do ponto de vista do usuário, essas soluções podem parecer bem similares. O que diferencia uma FPS de varejo de uma CBDC do varejo é que CBDC é uma obrigação do banco central que oferece os recursos únicos do dinheiro de banco central, e essa pode ser uma diferença fundamental.

Em relação a pagamentos interbancários, geralmente chamados de “pagamentos de atacado”, Carstens também observou que a atual dependência no dinheiro de banco central acrescentou complicações que a tecnologia moderna — CBDCs — poderia simplificar:

Em contraste, a mesma transação em um sistema de pagamentos baseado em CBDCs seria bem mais simples, pois um pagamento só envolve a transferência de concessão de direitos no banco central de um usuário para outro.

Não existe risco de crédito: fundos não estão no saldo de um intermediário e as transações são realizadas diretamente em dinheiro de banco central, no balanço do banco central, em tempo real.

Bancos centrais tiveram interesse em CBDCs no último ano, o que deixou bancos comerciais preocupados. Bancos geram dinheiro ao transportarem dinheiro entre bancos centrais e usuários finais.

No que talvez seja uma referência a essa dinâmica, Carstens notou que “bancos devem continuar com seu papel intermediário entre poupadores e investidores”.

O executivo do BIS não foi tão claro sobre a verdadeira natureza tecnológica da CBDC proposta.

“Se a CBDC for baseada em token ou em uma conta, o princípio será o mesmo”, disse ele. Tal antiga restrição de se comprometer a uma única tecnologia tem sido uma característica não apenas no BIS, mas em todos os bancos que realizam testes com propostas de CBDCs.

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