Biografia mostra decisão de Musk que pode ter evitado 3ª guerra mundial

Uma nova biografia de Elon Musk, 52, chegou hoje às prateleiras. Assinado por Walter Isaacson, consagrado pela biografia de Steve Jobs, o livro com título homônimo revela detalhes da vida do multibilionário.

Com a garantia de amplo aceso as informações pessoais de Musk, Isaacson despeja em capítulos o pensamento, os bastidores, os desentendimentos, conquistas e frustrações do homem mais rico do mundo.

Musk já havia concedido entrevistas para uma biografia de Ashlee Vance que foi publicada em 2015, antes de a Tesla se tornar a montadora de veículos mais valiosa do mundo e antes de a SpaceX se tornar a primeira empresa privada a colocar humanos em órbita.

Agora, na obra que começou a ser escrita em 2021, o bilionário revela detalhes sobre acontecimentos mais recentes, como a aquisição do Twitter, o avanço da inteligência artificial e até mesmo o seu envolvimento na Ucrânia.

Confira abaixo quatro temas que permeiam a obra de Walter Isaacson.

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1. Inteligência artificial é uma ameaça existencial à humanidade

Conhecido por ser dono de empreendimentos tecnologicamente revolucionários, Musk não é exatamente um fã incondicional de inteligência artificial.

Musk diz a Isaacson que a consciência humana está sob ameaça direta da criação “incontrolável” de inteligências artificiais hiper avançadas. Em um trecho recuperado pelo britânico The Guardian, o bilionário se questiona sobre o que é possível fazer para tornar os avanços em IA seguros, garantindo a sobrevivência da consciência humana.

2. Obsessão com o crescimento populacional

Musk já deixou claro a sua visão sobre o destino da espécie humana em diversas ocasiões. Para o homem mais rico do mundo, humanos deverão ser uma espécie interplanetária para garantir a sobrevivência no longo-prazo.

Nesse sentido, o bilionário vê no declínio populacional a maior ameaça ao cumprimento deste destino, tendo defendido em diversos momentos que as pessoas tenham mais crianças.

Na biografia, Isaacson mostra que essa preocupação ganha contornos até mesmo dentro do círculos mais íntimos de Musk. É reportado que o bilionário encorajou diversos funcionários com quem convive a ter o maior número possível de filhos.

O livro mostra que Musk doou sêmen para uma alta executiva da Neuralink para que ela fizesse uma fertilização in vitro, procedimento com o qual ela concordou, contanto que não revelasse o pai biológico.

O fato gerou uma crise no casamento de Musk com Grimes, que soube só depois da doação. Na época, Musk postou no Twitter que estava “fazendo o seu melhor para ajudar na crise de subpopulação do mundo”, como uma forma de “remediar” as tensões, coloca a biografia.

3. Musk evitou a terceira guerra mundial?

No fatídico dia 22 de fevereiro de 2022, a Rússia executou um ataque cibernético na rede de comunicação via satélite da Ucrânia, uma manobra para preparar o terreno da invasão que se sucederia naquela madrugada.

Diante do ‘apagão’ das comunicações, o governo ucraniano fez um apelo formal à Starlink para que a empresa fornecesse a cobertura de satélites, o que auxiliaria as forças armadas ucranianas a realizarem ataques contra a base da marinha russa na Criméia.

Conta a biografia que Musk ordenou aos engenheiros da Starlink que desligassem a cobertura na região, negando o apelo do governo da Ucrânia.

Isaacson resgata que a decisão de Musk pode ter eximido o mundo de um conflito direto entre os Estados Unidos e a Rússia, já que o envolvimento de uma empresa americana em um ato de guerra arrastaria Washington no conflito em um desdobramento catastrófico.

4. Gates operou vendido contra a Tesla, o que deixou Musk furioso

Musk coleciona desavenças com outros bilionários. A sua midiática desavença com Mark Zuckerberg, que incluiu a possibilidade de uma luta no Coliseu de Roma, foi somente o último exemplo dessa tradição.

Na biografia de Musk, Isaacson faz um retrato da rixa entre o empreendedor e o Bill Gates, fundador da Microsoft e até pouco tempo atrás o homem mais rico do mundo.

Gates e Musk se encontraram em janeiro de 2022 a pedido do fundador da Microsoft, que desejava convencer o fundador da Tesla a ter um papel mais ativo em atividades filantrópicas e no combate às mudanças climáticas.

Mas o espírito cívico da conversa degringolou depois que Musk confrontou Gates sobre por que ele havia operado vendido contra a Tesla. O biógrafo narra que a ação de Gates deixou Musk furioso, destacando o ódio que Musk possui de short sellers, ou seja, àqueles que operam contra a valorização das empresas.

Gates justificou a sua aposta contra a Tesla dizendo que baterias elétricas nunca seriam capazes de carregar veículos de maior porte e que a energia solar não conseguiria resolver o problema climático.

Musk se mostrou contrariado com a previsão do fundador da Microsoft. O conflito terminou mal para Gates, que perdeu US$ 1.5 bilhão em sua aposta.

O antigo homem mais rico do planeta tentou se desculpar com Musk, mas não teve muito sucesso.