Biocombustíveis sob ataque. Mais grãos sobrarão, mais importação de petróleo e mais poluição
Os biocombustíveis estão sob ataque dos governos dos três maiores produtores mundiais dos carburantes e das biomassas, Brasil, Argentina e Estados Unidos.
Com os argumentos distorcidos de combate à inflação dos combustíveis, mas para preservar as indústrias petrolíferas, vai sobrar mais poluição e mais grãos no mundo, a preços mais achatados.
E as importações de petróleo acabarão sendo maiores, a preços mais altos, com menor adição de biocombustíveis, sobretudo se as economias globais seguirem crescendo sem novas ameaças da pandemia.
Sempre mais na vanguarda desde os idos do Pro-Álcool, o Brasil deu a largada nesse ataque. E o biodiesel foi o alvo, desde março quando ao invés dos 13% de mistura ao diesel o governo decidiu pelos 10%, mantendo-os para 2022 em decisão recente.
O B15, com 15%, como programado, esqueçamos.
Para um parque industrial de mais de 50 biorrefinarias, com capacidade de 12 bilhões de litros por ano, mas com metade de ociosidade, representará mais de 2 bilhões/l de produção a menos.
A Argentina, agora, maior produtora mundial de óleo de soja, aprovou corte de 10% para 5%, podendo chegar até 3%. OU seja, de 1 milhão de toneladas de combustível de soja consumido internamente, cairá pela metade.
E os Estados Unidos, com sua política confusa, pressionado pela indústria de petróleo, não dá garantias de que manterá os 20,77 bilhões de galões na mistura do ano que vem. Depois de uma notícia mal explicada, de cortar retroativamente os mandatos para 2021, ficou novamente em suspense as idas e vindas da administração atual.
O próprio etanol anidro americano, produzido de milho, também não costuma escapar dos ataques.